São Paulo, domingo, 06 de abril de 2008

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Físico avalia estado de "saúde' do detector CMS

DO ENVIADO A GENEBRA

Um dos brasileiros que trabalham hoje no CMS, um dos detectores do LHC, teve uma trajetória incomum até chegar ao acelerador de partículas: seu ponto de contato com física de altas energias foi a medicina.
Sandro Fonseca de Souza, 33, deficiente físico com dificuldade de locomoção, era técnico em eletrônica de uma empresa multinacional antes de ser mandando embora. "Quando tive de procurar emprego, então, diziam: "Mas você não pode carregar isso, não pode fazer aquilo'", conta. "Foi difícil."
No momento de descrença com a profissão anterior, o carioca decidiu tentar a chance com uma velha vocação e retomou os estudos. Mesmo optando pela física, sua intenção foi trabalhar com aplicação de tecnologia na área médica e de saúde. "Na escola técnica, eu já tinha ajudado a desenvolver uma cadeira de rodas motorizada para uma amiga."
A inclinação voltou a se manifestar na graduação. "Eu fui trabalhar com a física médica, que lida com câncer e outras coisas que usam imagens médicas, e que usa muitas aplicações da física de altas energias", conta. A área acabou levando-o ao desenvolvimento de softwares de detecção de partículas, e em algum tempo o estudante se viu num doutorado no LHC.
De certa forma, é um retorno à medicina: Souza trabalha em um sofwtare que avalia a "saúde" do detector -mais precisamente, o dano de radiação das partículas sobre a máquina. Para o carioca, é uma maneira de fazer o que ele já gostava: "Ver a ciência bem aplicada". (RG)


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