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Físico avalia estado de "saúde' do detector CMS
DO ENVIADO A GENEBRA
Um dos brasileiros que trabalham hoje no CMS, um dos
detectores do LHC, teve uma
trajetória incomum até chegar
ao acelerador de partículas: seu
ponto de contato com física de
altas energias foi a medicina.
Sandro Fonseca de Souza, 33,
deficiente físico com dificuldade de locomoção, era técnico
em eletrônica de uma empresa
multinacional antes de ser
mandando embora. "Quando
tive de procurar emprego, então, diziam: "Mas você não pode
carregar isso, não pode fazer
aquilo'", conta. "Foi difícil."
No momento de descrença
com a profissão anterior, o carioca decidiu tentar a chance
com uma velha vocação e retomou os estudos. Mesmo optando pela física, sua intenção foi
trabalhar com aplicação de tecnologia na área médica e de
saúde. "Na escola técnica, eu já
tinha ajudado a desenvolver
uma cadeira de rodas motorizada para uma amiga."
A inclinação voltou a se manifestar na graduação. "Eu fui
trabalhar com a física médica,
que lida com câncer e outras
coisas que usam imagens médicas, e que usa muitas aplicações
da física de altas energias", conta. A área acabou levando-o ao
desenvolvimento de softwares
de detecção de partículas, e em
algum tempo o estudante se viu
num doutorado no LHC.
De certa forma, é um retorno
à medicina: Souza trabalha em
um sofwtare que avalia a "saúde" do detector -mais precisamente, o dano de radiação das
partículas sobre a máquina. Para o carioca, é uma maneira de
fazer o que ele já gostava: "Ver a
ciência bem aplicada".
(RG)
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