São Paulo, terça-feira, 06 de setembro de 2005

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ESPAÇO

Sonda realiza sobrevôo a 1.075 km da lua amanhã

Após decifrar os anéis de Saturno, Cassini procura os lagos de Titã

SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A missão foi informalmente batizada como sobrevôo "Procurando Lagos em Todos os Lugares Certos". É exatamente o que os cientistas vão fazer durante a próxima passagem da sonda americana Cassini por Titã, a maior das luas de Saturno, amanhã.
A espaçonave vai passar a cerca de mil quilômetros da superfície do satélite, que tem uns 4.800 de diâmetro -é a segunda maior lua do Sistema Solar (perdendo apenas para Ganimedes, de Júpiter) e a única a ter uma atmosfera densa, feita de nitrogênio e metano.
A Cassini já fez alguns sobrevôos de Titã desde que entrou em órbita ao redor de Saturno, em julho do ano passado. Com base em modelos teóricos, havia uma grande expectativa, desde o início, de que se avistasse grandes corpos líquidos (feitos de hidrocarbonetos) na superfície do astro. Os resultados iniciais enviados pela Cassini decepcionaram. "Pessoalmente, eu não acho que tenhamos tido alguma evidência forte de líquido na superfície até agora", diz John Spencer, cientista planetário envolvido na missão.
Grandes oceanos de metano foram definitivamente afastados, mas ainda existe a possibilidade de que haja pequenos lagos de hidrocarbonetos. É o que o novo sobrevôo pretende responder. Sondando a superfície com seu radar, a Cassini irá checar as principais regiões candidatas a abrigar um lago. Também subirá a taxa de regiões mapeadas na lua para 50%.

Anéis revelados
Enquanto aguardam os novos resultados, os cientistas envolvidos com a missão continuam deglutindo os dados já obtidos. Ontem, por exemplo, os pesquisadores divulgaram algumas das descobertas feitas durante a "primeira temporada" de observação dos famosos anéis de Saturno.
Um dos achados mais surpreendentes foi a detecção de um anel com formato espiral nas imediações do já conhecido anel F (embora sejam na verdade compostos por infindáveis linhas, os anéis de Saturno são divididos em faixas maiores, designadas D, C, B, A, F, G e E, de dentro para fora).
Outras medições obtidas pela Cassini também jogaram luz sobre a composição exata dos anéis. Ao que parece, eles são mais predominantemente feitos de flocos macios, como os de neve, do que de pedaços sólidos de água, como resistentes placas de gelo.


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