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ESPAÇO
Sonda realiza sobrevôo a 1.075 km da lua amanhã
Após decifrar os anéis de Saturno, Cassini procura os lagos de Titã
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A missão foi informalmente batizada como sobrevôo "Procurando Lagos em Todos os Lugares
Certos". É exatamente o que os
cientistas vão fazer durante a próxima passagem da sonda americana Cassini por Titã, a maior das
luas de Saturno, amanhã.
A espaçonave vai passar a cerca
de mil quilômetros da superfície
do satélite, que tem uns 4.800 de
diâmetro -é a segunda maior lua
do Sistema Solar (perdendo apenas para Ganimedes, de Júpiter) e
a única a ter uma atmosfera densa, feita de nitrogênio e metano.
A Cassini já fez alguns sobrevôos de Titã desde que entrou em
órbita ao redor de Saturno, em julho do ano passado. Com base em
modelos teóricos, havia uma
grande expectativa, desde o início, de que se avistasse grandes
corpos líquidos (feitos de hidrocarbonetos) na superfície do astro. Os resultados iniciais enviados pela Cassini decepcionaram.
"Pessoalmente, eu não acho que
tenhamos tido alguma evidência
forte de líquido na superfície até
agora", diz John Spencer, cientista
planetário envolvido na missão.
Grandes oceanos de metano foram definitivamente afastados,
mas ainda existe a possibilidade
de que haja pequenos lagos de hidrocarbonetos. É o que o novo sobrevôo pretende responder. Sondando a superfície com seu radar,
a Cassini irá checar as principais
regiões candidatas a abrigar um
lago. Também subirá a taxa de regiões mapeadas na lua para 50%.
Anéis revelados
Enquanto aguardam os novos
resultados, os cientistas envolvidos com a missão continuam deglutindo os dados já obtidos. Ontem, por exemplo, os pesquisadores divulgaram algumas das descobertas feitas durante a "primeira temporada" de observação dos
famosos anéis de Saturno.
Um dos achados mais surpreendentes foi a detecção de um
anel com formato espiral nas imediações do já conhecido anel F
(embora sejam na verdade compostos por infindáveis linhas, os
anéis de Saturno são divididos em
faixas maiores, designadas D, C,
B, A, F, G e E, de dentro para fora).
Outras medições obtidas pela
Cassini também jogaram luz sobre a composição exata dos anéis.
Ao que parece, eles são mais predominantemente feitos de flocos
macios, como os de neve, do que
de pedaços sólidos de água, como
resistentes placas de gelo.
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