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MEDICINA
Terapia testada em camundongo foi considerada promissora pelos EUA, que financiam busca de versão humana
Vírus alterado elimina câncer no cérebro
MAGGIE FOX
DA REUTERS
Um vírus de resfriado modificado geneticamente para invadir células cancerosas foi capaz de eliminar tumores inoperáveis em
camundongos, relatam hoje cientistas dos EUA e da Espanha.
A nova terapia é tão promissora
que o Instituto Nacional do Câncer dos EUA e a FDA (agência que
regula remédios e alimentos no
país) estão financiando a produção de uma versão que possa ser
testada em humanos -a preocupação é que o vírus possa se espalhar e causar outros cânceres.
Se funcionar, esse será o primeiro tratamento eficaz para glioma
maligno, a forma mais letal de
câncer no cérebro.
Os gliomas são responsáveis
por cerca de metade dos casos de
tumor cerebral. "Eles são muito
ruins. Todo mundo morre em um
ano", disse Frederick Lang, do
Centro Anderson de Câncer da
Universidade do Texas (EUA).
Lang e seus colegas usaram uma
linhagem geneticamente alterada
de um adenovírus, que causa resfriado comum. É o vírus favorito
dos cientistas que trabalham com
terapia gênica. Eles o enfraqueceram a ponto de torná-lo incapaz
de infectar células saudáveis, então adicionaram a ele uma "chave" genética para penetrar nas células do tumor.
Quando o testaram em camundongos que haviam recebido injeções de células de um tumor cerebral especialmente agressivo, o
glioblastoma multiforme, o vírus
aparentemente curou 60% deles.
"Os animais viveram 140 dias.
Nós então tiramos os cérebros e
não encontramos nenhum tumor", disse Lang. Camundongos
que recebem esse tipo de tumor
geralmente sobrevivem 20 dias.
"Nunca vimos esse tipo de resposta antes com nenhum tratamento testado em humanos ou
animais", disse o coordenador da
pesquisa, Juan Fueyo. O câncer
em humanos é mais complexo
que em camundongos (é mais fácil curá-lo nesses animais).
No estudo publicado hoje na revista "Journal of the National
Cancer Institute" (jncicancerspectrum.oupjournals.org/jnci),
os cientistas afirmam que o instituto vai produzir uma versão da
terapia para ser testada em humanos possivelmente em 2004.
O grupo inclui pesquisadores
do Institut Català d'Oncologia
(Espanha) e da Universidade do
Alabama em Birmingham (EUA).
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