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São Paulo, quarta-feira, 07 de maio de 2003

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MEDICINA

Terapia testada em camundongo foi considerada promissora pelos EUA, que financiam busca de versão humana

Vírus alterado elimina câncer no cérebro

MAGGIE FOX
DA REUTERS

Um vírus de resfriado modificado geneticamente para invadir células cancerosas foi capaz de eliminar tumores inoperáveis em camundongos, relatam hoje cientistas dos EUA e da Espanha.
A nova terapia é tão promissora que o Instituto Nacional do Câncer dos EUA e a FDA (agência que regula remédios e alimentos no país) estão financiando a produção de uma versão que possa ser testada em humanos -a preocupação é que o vírus possa se espalhar e causar outros cânceres.
Se funcionar, esse será o primeiro tratamento eficaz para glioma maligno, a forma mais letal de câncer no cérebro.
Os gliomas são responsáveis por cerca de metade dos casos de tumor cerebral. "Eles são muito ruins. Todo mundo morre em um ano", disse Frederick Lang, do Centro Anderson de Câncer da Universidade do Texas (EUA).
Lang e seus colegas usaram uma linhagem geneticamente alterada de um adenovírus, que causa resfriado comum. É o vírus favorito dos cientistas que trabalham com terapia gênica. Eles o enfraqueceram a ponto de torná-lo incapaz de infectar células saudáveis, então adicionaram a ele uma "chave" genética para penetrar nas células do tumor.
Quando o testaram em camundongos que haviam recebido injeções de células de um tumor cerebral especialmente agressivo, o glioblastoma multiforme, o vírus aparentemente curou 60% deles.
"Os animais viveram 140 dias. Nós então tiramos os cérebros e não encontramos nenhum tumor", disse Lang. Camundongos que recebem esse tipo de tumor geralmente sobrevivem 20 dias.
"Nunca vimos esse tipo de resposta antes com nenhum tratamento testado em humanos ou animais", disse o coordenador da pesquisa, Juan Fueyo. O câncer em humanos é mais complexo que em camundongos (é mais fácil curá-lo nesses animais).
No estudo publicado hoje na revista "Journal of the National Cancer Institute" (jncicancerspectrum.oupjournals.org/jnci), os cientistas afirmam que o instituto vai produzir uma versão da terapia para ser testada em humanos possivelmente em 2004.
O grupo inclui pesquisadores do Institut Català d'Oncologia (Espanha) e da Universidade do Alabama em Birmingham (EUA).


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