São Paulo, terça-feira, 08 de junho de 2010

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Limpeza do óleo vai levar anos, diz Guarda Costeira

Fragmentação do petróleo atrasa esforço de contenção no golfo do México

Viúvas de funcionários da BP mortos durante acidente pedem fim do embargo à extração com plataforma em alto-mar


Charlie Riedel/Associated Press
Peixe morto em poça de óleo na praia de Bay Long, na Louisiana

DO "NEW YORK TIMES"

O governo dos EUA afirmou ontem que o trabalho de mitigação dos efeitos do vazamento de óleo na natureza do golfo do México pode levar anos. Como a mancha de petróleo está se desintegrando em muitos pedaços, o óleo ganha a capacidade de se espalhar por uma área maior.
Thad Allen, chefe da Guarda Costeira, resumiu o problema ao dizer que o maior desafio agora é lidar com "a abrangência e a complexidade da desagregação do óleo".
Mesmo que o vazamento de petróleo seja contido em poucas semanas, disse, os trabalhos de retenção da mancha de óleo à deriva no Golfo do México podem durar até o início de dezembro.
A estimativa pessimista foi anunciada num estágio em que a BP já consegue estancar parte do vazamento, canalizando o óleo para navios-tanques através de um sifão instalado na saída do poço.
Como a empresa não dá conta de manejar todo o óleo captado, foi obrigada a deixar brechas no aparato de captação e deixar mais óleo sair. Ontem, cerca de 11 mil barris de petróleo estavam sendo capturados, enquanto algo entre 12 mil e 25 mil barris seguiam vazando.
Allen disse que a única solução definitiva para deter o vazamento são os chamados "furos de alívio" -poços secundários que estão sendo escavados para interceptar e selar o poço vazante.
A BP afirmou ontem que vai substituir a estrutura que está sendo usada agora para capturar o óleo na saída do poço. No início de julho, a empresa deve tentar instalar um aparato mais ajustado para vedar a saída do óleo.
Viúvas de dois dos 11 funcionários da BP buscaram a imprensa ontem para criticar a decisão do presidente Barack Obama de impor um embargo à exploração de petróleo em águas profundas.
"Meu marido tinha grande orgulho de seu emprego, (...) mas o mais importante era ele saber que o trabalho em alto-mar dava a seu filho a vida que ele queria", disse Natalie Roshto, acompanhada de Courtey Kemp, para quem o embargo não pune os verdadeiros responsáveis.
"Peço ao sr. que por favor considere punições mais duras para empresas que escolhem ignorar os padrões de segurança antes que outras famílias sejam destruídas."


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