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Pantanal some mais depressa que a Amazônia, indica satélite
LARISSA GUIMARÃES
DE BRASÍLIA
O desmatamento no Pantanal tem ritmo mais intenso
do que na Amazônia. O dado,
divulgado ontem, vem do
primeiro monitoramento via
satélite do bioma, que abrange os Estados de Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul.
Entre 2002 e 2008, o Pantanal perdeu 2,82% de sua
área, enquanto o desmatamento na Amazônia atingiu
2,54% do terreno total.
O estudo divulgado pelo
Ministério do Meio Ambiente
revelou que o desmatamento
no Pantanal atingiu 4.279
km2, o equivalente a quase
três vezes a área da cidade de
São Paulo.
"É um bioma que está sofrendo perda de vegetação. É
preocupante", disse a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
A ministra afirmou que um
dos fatores que podem explicar esses índices é o fato de o
Pantanal não contar com
unidades de conservação como a Amazônia.
Estudos têm mostrado que
a criação de áreas protegidas
foram um dos principais fatores por trás da redução da
devastação da Amazônia,
observada nos últimos anos.
O Pantanal está quase todo dividido em terras privadas. Apesar de a principal
atividade econômica da região, a pecuária, conviver
bem com a mata nativa, tem
havido corte de floresta nas
zonas que não alagam para a
ampliação de pastagens.
A ministra apontou outro
possível fator de pressão sobre o bioma -o crescimento
de atividades como a produção de carvão vegetal para
alimentar siderúrgicas em
Mato Grosso do Sul.
"Ainda não foram identificadas todas as causas que explicam a perda de vegetação
no bioma. O ministério vai
aprofundar os atuais estudos
e marcar encontros com os
governos estaduais", informou a ministra.
Até o fim do ano, estão planejadas dez operações contra o desmatamento para o
bioma Pantanal.
AMAZÔNIA
O desmate na Amazônia
cresceu 40% em abril deste
ano em relação ao mesmo
mês de 2009, de acordo com
dados divulgados ontem.
Segundo o ministério, o
aumento é apenas aparente:
estaria associado à presença
menor de nuvens neste ano,
o que permite a detecção de
áreas antes encobertas.
"Não detectamos um novo
padrão de desmatamento na
Amazônia nessas áreas sob
avaliação", afirmou Teixeira.
"Vamos manter o compromisso de experimentar níveis
cada vez menores neste ano,
abaixo de 7.400 km2, que foi
o índice de desmatamento do
ano passado", completou.
O número de operações
para coibir o desmatamento
deverá aumentar a partir deste mês, quando há menos
chuvas na região.
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