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Fósseis dominam energia até 2030, prevê relatório
Carvão mineral, o combustível mais sujo, terá o maior crescimento na demanda
Crescimento acelerado da Ásia puxa consumo; agência diz que limitar aquecimento global a nível seguro exigirá ação política "excepcional"
DA REDAÇÃO
O futuro ao carvão pertence.
Um relatório divulgado ontem
pela Agência Internacional de
Energia mostra que o combustível fóssil mais abundante,
mais barato e mais poluente está sofrendo uma "ressurgência"
de consumo e deve passar a responder por quase 30% da demanda energética global até
2030, contra 25% hoje.
A fome do planeta por carvão
mineral tem endereço certo:
Índia e China, gigantes asiáticos de crescimento econômico
acelerado, que juntos responderão por 45% do aumento global na demanda por energia.
O Panorama Energético
Mundial 2007, relatório anual
cujo sumário executivo está na
internet (www.iea.org), traz
uma perspectiva sombria para
o combate ao aquecimento global após 2012 (quando vence o
Protocolo de Kyoto).
Ele prevê que, se nada for feito agora, os combustíveis fósseis, que emitem gás carbônico
e esquentam o planeta, continuarão dominando a matriz
energética. Nem os altos preços do petróleo serão capazes
de conter essa marcha. Ao contrário, "preços mais altos do
petróleo e do gás estão tornando o carvão mais competitivo
como combustível para geração de energia", diz o texto.
As emissões de gás carbônico
decorrentes desse aumento podem saltar 57%. Sairão de 27
bilhões de toneladas de CO2 em
2005 para 42 bilhões em 2030.
Mesmo no chamado cenário
de políticas alternativas, no
qual os governos agem para
evitar que a economia siga o rumo atual, implementando medidas de eficiência energética e
investindo em fontes alternativas de energia, as emissões em
2030 ainda estarão 27% mais
altas em 2030 do que em 2005.
Isso significa que o mais provável é que, se as emissões de
fato forem contidas, será possível estabilizar as concentrações de gás carbônico na atmosfera em 550 partes por milhão -o dobro dos níveis pré-industriais. Isso fará o planeta
esquentar 3C. Para limitar o
aquecimento a um nível considerado seguro pelos cientistas,
2,5C, seria necessário um corte de emissões de 19 bilhões de
toneladas, algo que a agência
praticamente descarta. "Uma
ação política excepcionalmente rápida e vigorosa de todos os
países e avanços tecnológicos
sem precedentes, com custos
altos, seriam necessários para
tornar [isso] realidade."
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