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Espécies que começaram a colonização da terra firme travaram corrida evolutiva
RICARDO MIOTO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A trajetória evolutiva que
permitiu que os vertebrados
deixassem de viver na água e
ocupassem a Terra, há 365
milhões de anos, não ocorreu
em uma única linha, mas com
vários tipos diferentes de bichos evoluindo paralelamente no ambiente terrestre, afirma um novo estudo.
Produzindo um "censo"
das espécies pioneiras na colonização da terra, um grupo
de cientistas mostrou agora
que o mundo em que elas viveram tinha um biodiversidade bem maior do que se imaginava. O novo trabalho foi liderado por Jennifer Clack, da
Universidade de Cambridge
(Reino Unido), que estudou
fósseis do período de interesse: entre 360 milhões e 300
milhões de anos atrás.
No novo estudo, publicado
na revista científica "Journal
of Anatomy", Clack e seus colaboradores comparam fósseis de 35 espécies de tetrápodes. Foram esses, segundo os
cientistas, os primeiros animais que conseguiram se arrastar sobre quatro pés. O trabalho mostrou que eles formavam uma fauna diversa, de
empolgar qualquer zoólogo.
Alguns animais lembravam
os atuais crocodilos, outros
pequenas lagartixas, alguns
cobras. Ocupavam todo tipo
de nicho ecológico e de habitat. Os menores tinham dez
centímetros de comprimento. Os maiores, cinco metros.
Segundo Clack, porém, isso
não quer dizer que vários animais tenham saído ao mesmo
tempo da água para ocupar o
ambiente terrestre, de maneira independente. "A hipótese é que todos os tetrápodes
têm um único ancestral [o
primeiro a pisar fora d"água]".
As diferenças surgiram já
em terra, portanto, já que os
animais estudados não eram
nem peixes nem anfíbios, e
sim algo intermediário. Os
mamíferos ainda estavam
longe de surgir. Eles apareceram 200 milhões de anos
atrás, mais ou menos na metade do caminho entre a conquista do ambiente terrestre
e a era atual.
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