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AMBIENTE
"Livro Vermelho" publicado ontem tem 11.167 animais e plantas que correm risco de extinção, vários deles no Brasil
Lista de ameaçados tem 121 novas espécies
STEVE CONNOR
DO "THE INDEPENDENT"
Mais de cem espécies, abrangendo desde um pequeno rato
d'água até um camelo selvagem,
foram incluídas na lista das mais
ameaçadas do mundo.
O "Livro Vermelho das Espécies
Ameaçadas", compilado pela
União Internacional para a Conservação da Natureza, (IUCN), foi
publicado ontem. A relação traz
detalhes sobre 11.167 animais e
plantas que estão reconhecidamente correndo o risco de extinção -um acréscimo de 121 espécies desde que a lista foi publicada
pela última vez, em 2000.
A reavaliação, no entanto, conduziu a algumas boas notícias.
Um pequeno número de espécies
que eram consideradas desaparecidas, como bicho-pau da ilha
Lorde Howe (Austrália) e o arganaz (um tipo de roedor) das florestas de coníferas da Baviera
(Alemanha), foram redescobertos desde 2000.
Entre os que foram incluídos na
lista dos ameaçados de extinção
está o saiga, um antílope nômade
que habita as estepes e desertos
semi-áridos da Ásia Central. A caça ilegal para obtenção de carne e
para a exportação dos chifres do
antílope (usados na medicina tradicional) conduziram a um drástico declínio da espécie. Já houve
um tempo em que ela contava
mais de 1 milhão de espécimes,
mas agora se acredita que sua população consista em menos de 50
mil animais.
Outro animal recém-classificado como ameaçado é o camelo
bactriano, que habita a China e a
Mongólia. O animal tem sido abatido porque concorre por água e
áreas de pastagem com camelos
domesticados.
Cientistas avisam que o lince
ibérico, que também foi acrescentado à lista, pode se tornar a primeira espécie de felino selvagem a
extinguir-se em mais de 2.000
anos, em razão do estado periclitante de sua população em condições de reproduzir-se.
Sobrevive atualmente menos da
metade da população de 1.200 linces registrada no ano de 1990, a
maior parte dela confinada a grupos esparsos no sudoeste da Espanha e em Portugal.
O registro de um único espécime do rato d'água da Etiópia, encontrado perto da nascente do rio
Pequeno Abbai, um afluente do
Nilo Azul, levou à sua inclusão no
"Livro Vermelho" da IUCN pela
primeira vez.
No subcontinente indiano, pesquisadores acreditam que o abutre-de-bico-estreito e o abutre indiano estão em perigo por causa
de doenças, envenenamento, pesticidas e mudanças na maneira de
tratar carcaças de gado.
Os cientistas avaliaram mais de
400 espécies de animais e de plantas. Para figurar no "Livro Vermelho" elas têm de estar em uma das
três categorias: criticamente
ameaçadas, ameaçadas ou vulneráveis a extinção.
Brasil
A relação publicada pela IUCN
afirma que Indonésia, Índia, Brasil e China são os países em que há
mais espécies ameaçadas de mamíferos e de pássaros. Já no caso
das plantas em risco, os maiores
declínios de população são observados nas Américas Central e do
Sul, na África Central e na África
Central, além do Sudeste Asiático.
Os habitats com o maior número de mamíferos e pássaros ameaçados são em geral planícies e florestas tropicais úmidas de montanhas. Também são extremamente vulneráveis ambientes como
corpos de água doce, com muitas
espécies ameaçadas de peixes,
répteis, anfíbios e invertebrados.
A informação compilada pela
IUCN foi enviada por uma rede
de 7.000 especialistas, e contém
ainda dados de organizações não-governamentais (ONGs) com que
mantém parcerias, como a BirdLife International.
Com agências internacionais
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