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Proteção de floresta terá US$ 3,5 bi
Ideia é que um mecanismo de redução de CO2 por desmate possa começar neste ano
Encontro em Paris reúne
nações tropicais e ricas;
para ministro, esquema é
reação a ceticismo criado
com fiasco de Copenhague
DA REDAÇÃO
Representantes de países
com florestas tropicais e representantes de países com dinheiro se reúnem amanhã em
Paris para tentar criar um mecanismo de redução de emissões por desmatamento que
possa começar já neste ano.
O chamado Irpa (Arranjo de
Parceria Interino para Redd)
visa capacitar países tropicais a
monitorar suas florestas e a gerenciar os recursos doados pelos países ricos para redução de
desmate e conservação.
O mecanismo começará com
US$ 3,5 bilhões, doados por
EUA, Noruega, Japão, Austrália, França e Reino Unido.
Segundo o ministro Carlos
Minc (Meio Ambiente), que representará o Brasil no encontro, a ideia é que o Redd (nome
dado a ações de redução de
emissões por desmate) possa
começar a funcionar mesmo na
ausência de um acordo internacional de proteção ao clima.
"Fazer as coisas andarem antes de um acordo pode ajudar a
derrubar o ceticismo que sobreveio à frustração generalizada com Copenhague", afirmou Minc à Folha.
O Redd era um dos capítulos
mais adiantados da negociação
internacional antes do fracasso
da cúpula na Dinamarca.
Já era consenso, por exemplo, que o Redd terá três fases.
Na primeira, países que ainda
não têm metodologias nacionais de monitoramento adotarão uma -o Brasil possui uma
das mais avançadas do mundo.
Na segunda, serão feitos projetos em pequena escala e financiados por verba de doação.
Só numa terceira fase, a ser
implementada depois de assinado novo acordo do clima, é
que países ricos poderiam usar
ações de Redd como "créditos"
a serem abatidos de suas metas
de redução de CO2.
Segundo Suzana Kahn Ribeiro, secretária nacional de Mudança Climática, o Brasil deve
ajudar a capacitar outros países, transferindo de graça a tecnologia de monitoramento desenvolvida pelo Inpe.
"O monitoramento será relevante de qualquer forma", diz
Thelma Krug, do Inpe, principal negociadora do Brasil em
Redd. Segundo ela, independentemente de um acordo internacional, devem ser firmados acordos bilaterais e constituídos fundos na área.
(CA)
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