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Missão para consertar Hubble sai amanhã
Astronautas levam nova câmera e vão prolongar a vida do telescópio espacial
Tripulação inclui físico que vai ao observatório pela terceira vez; maratona de trabalhos será filmada em 3-D para documentário
John Raoux/Associated Press
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DA REPORTAGEM LOCAL
A quinta e última viagem de
astronautas para fazer reparos
no Telescópio Espacial Hubble
tem tudo para ser uma das
aventuras mais emocionantes
já realizadas pela tripulação de
um ônibus espacial. Com saída
marcada para amanhã às 15h01
(se o tempo ajudar) e duração
prevista de 11 dias, a jornada
deve incluir cinco caminhadas
espaciais (saídas ao espaço livre) para repor três instrumentos e o conserto de vários outros dispositivos do observatório orbital que não têm funcionado bem desde o ano passado.
Não será uma viagem sem
preocupações, mesmo levando
em conta o risco inerente a
qualquer missão espacial. A
Nasa (agência espacial americana) pretendia conduzir a
missão em 2004, mas cancelou
o voo na época. Após a explosão
do ônibus espacial Columbia,
em 2003, engenheiros temiam
que as outras espaçonaves da
mesma classe pudessem enfrentar problemas também.
Só após reformular os procedimentos de segurança para
voos espaciais a Nasa voltou a
usá-los, e o conserto do Hubble
foi remarcado para 2009.
A primeira dificuldade em visitar o telescópio espacial é que
ele fica numa órbita muito mais
alta que a da ISS (Estação Espacial Internacional). Quando o
ônibus espacial Atlantis chegar
lá, os astronautas correrão um
risco relativamente grande (de
1 em 229, diz a Nasa) de colidir
com lixo espacial ou meteoros
pequenos. E, para tornar a coisa ainda mais difícil, se algo der
errado, os astronautas não poderão se abrigar na ISS, e terão
de esperar por socorro. O ônibus espacial Discovery estará a
postos para decolar a qualquer
momento até a missão acabar.
Peças fora de linha
A Atlantis deve levar dois
dias para chegar ao Hubble, ficará uma semana acoplada e levará mais dois dias para voltar.
Alguns trabalhos de reparos,
como a instalação de um espectrógrafo (instrumento que separa a luz em diversas frequências e a analisa), serão relativamente fáceis, como retirar e recolocar uma gaveta.
Outras peças, porém, como a
fonte de energia de uma das câmeras, que quebrou, não foram
feitas para serem consertadas
no espaço, e os astronautas terão de improvisar. Além dos reparos principais, será preciso trocar baterias, repor giroscópios (sistemas que guiam o telescópio) e
reinstalar escudos térmicos.
"Isso está no limite daquilo
que eu acho que as pessoas podem fazer", diz John Grunsfeld, um dos integrantes da
missão. Astronauta com com
doutorado em astrofísica, ele
participará pela terceira vez de
uma missão ao Hubble. Originalmente projetado para passar po reparos de três em três
anos, desta vez o telescópio está
agora há sete anos sem ver ninguém. "O Hubble precisa de um
abraço", afirma Grunsfeld.
No ano passado, o computador do telescópio responsável
por coordenar os instrumentos
e transmitir imagens à Terra
pifou. Desde então, o Hubble
opera com um sistema de becape, menos robusto, e o original
só será consertado agora.
Carona complicada
Não bastasse os astronautas
terem de quebrar a cabeça para
reformar o telescópio durante a
missão, o ônibus espacial também terá de passar por cuidados especiais. Na última vez
que astronautas tinham viajado até o Hubble, em 2002, voar
de ônibus espacial era considerado uma negócio relativamente seguro. Depois de 2003, com
o acidente da Columbia, cada
voo requer uma checagem da
espaçonave antes do retorno.
"Na última vez que voei até o
Hubble, não tínhamos de fazer
tudo isso", diz Scott Altman,
comandante da missão que
parte amanhã. "Acho que eu
não deveria ter sentido tanto
conforto quando estava voando
até lá daquela vez. Agora estamos um pouco mais espertos
para os riscos envolvidos."
Nenhum astronauta, porém,
duvida de que o US$ 1,1 bilhão
que a Nasa está gastando na
missão vale a pena. O Hubble é
telescópio que mais contribuiu
para o avanço da ciência até hoje, e os US$
10 bilhões que esse observatório orbital consumiu até agora
cativaram muito mais a opinião
pública do que a ISS, que já consumiu uma cifra da ordem de
US$ 100 bilhões.
Conquistar o público, aliás, é
uma das tarefas da atual missão, que está levando câmeras
de imagens 3-D para cinema
Imax. Os astronautas filmarão
os próprios trabalhos para um
documentário que a produtora
de filmes Warner Bros. pretende lançar no ano que vem.
Com agências internacionais
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