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AMAZÔNIA
Devastação caiu 39% no Estado de 2003 para 2004, segundo Ibama
Sul do AM é foco local do desmate
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS
O Ibama (Instituto Brasileiro do
Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis) divulgou
ontem relatório que aponta como
área crítica de expansão do desmatamento o município de Lábrea, no sul do Amazonas, apesar
de o Estado ter apresentado uma
redução de 39% no índice de desmatamento de 2003 para 2004.
Lábrea é a cidade campeã do
desmatamento no Amazonas,
com aumento de 87% no período
de 2003-2004, segundo dados do
Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Especiais) divulgados ontem em relatório da gerência executiva do Ibama de Manaus.
Estão envolvidos nas frentes de
desmatamento em Lábrea, uma
das áreas mais remotas do Amazonas -com florestas de cedro e
mogno (espécies nobres de madeira)-, fazendeiros de gado de
Rondônia e do Acre. Grileiros
desses Estados foram identificados como os responsáveis pela
falsificação de documentos das
terras desmatadas, disse o gerente
executivo do Ibama, Henrique
dos Santos Pereira.
Segundo o relatório, a taxa de
desmatamento em Lábrea subiu
de 175,07 km2, em 2003, para
328,97 km2, em 2004.
O município fica no arco do
desflorestamento (área de risco
de incêndios florestais) e está localizado na divisa com Rondônia
e Acre, tendo as frentes de expansão de desmatamentos com acesso a Ponta do Abunã (RO), no entorno das estradas federais BR-230 (Transamazônica) e BR-319.
Tem influência também no desmatamento o acesso de fazendeiros pela BR-364, que liga Porto
Velho (RO) a Rio Branco (AC) e
também o Brasil à Bolívia.
"[Lábrea] é o único município
do Amazonas que aparece na lista
do Ministério do Meio Ambiente
como tendo desmatado área superior a 300 km2", afirmou Pereira, que, mesmo assim, não vê razão para comemorar.
Em termos de ações, ele disse à
Folha que uma operação está
programada para a região. No
ano passado, fiscais do Ibama e
agentes federais conseguiram
multar fazendeiros e grileiros em
mais de R$ 87 milhões no sul do
Amazonas, durante a Operação
Tauató. Para impedir as frentes de
desmatamento, o órgão estuda a
criação de unidades de conservação que totalizam 9 milhões de
hectares. Para o município de Lábrea, está prevista a criação de
duas áreas de conservação na região do médio Purus e rio Ituxi.
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