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ANÁLISE
Ministra busca apoio para cumprir as metas brasileiras
DE BRASÍLIA
A divulgação dos dados de
junho do sistema Deter foi
feita com pompa e circunstância. A entrevista coletiva
contava com dois ministros e
um diretor do Inpe.
É um barulho incomum
para um dado tão banal: a série anual do Deter, de 12 meses, só será fechada mesmo
daqui a duas semanas. Os dados mensais têm sido simplesmente postados no site
do Inpe, com uma explicação
da ministra do Meio Ambiente à imprensa no mesmo dia.
E o Deter, como o próprio
governo faz questão de frisar,
não serve para fazer cálculo
de área desmatada.
Izabella Teixeira, que assumiu o ministério no lugar
do midiático Carlos Minc,
tem dois motivos para dar tal
tratamento ao número. O primeiro é o óbvio esforço de
produzir fatos positivos no
momento eleitoral. O segundo é a necessidade de obter
visibilidade e apoio para o setor ambiental do governo numa hora delicada, a da discussão do Código Florestal.
A ministra comprou briga
contra o projeto de reforma
da lei em tramitação na Câmara dos Deputados. De autoria do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), ele
tem pontos que o ministério
considera inaceitáveis, como
a anistia a desmatadores e a
redução das áreas de preservação permanente.
Teixeira quer propor um
novo projeto de código, o que
já despertou reação contrária
do Ministério da Agricultura.
Há também uma insurgência dos pecuaristas da Amazônia contra o acordo entre
os grandes frigoríficos e o Ministério Público, que barra a
compra de carne vinda de
área desmatada ilegalmente.
A ministra quer mostrar
que as medidas do governo
para conter o desmate têm
dado resultado, e que o Brasil
está a caminho de cumprir,
com folga, sua meta de cortar
o desmatamento em 80% até
2020 -a meta para este ano
seria de 9.000 km2, e é improvável que o desmatamento
chegue a tanto.
Mas, para isso, as medidas
têm de ser mantidas, com um
apoio fundamental: o de Luiz
Inácio Lula da Silva.
(CA)
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