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Aquecimento de 1,3°C é inevitável, diz pesquisa
Elevação aconteceria mesmo sem novas usinas e é considerada modesta
Para cientista, efeitos
da mudança climática
ainda são reversíveis,
mas é necessário cortar
CO2 nos próximos anos
GIULIANA MIRANDA
DE SÃO PAULO
O que aconteceria se a Terra parasse seu rimo de expansão e nenhuma nova usina ou veículo capaz de emitir
carbono fossem construídos?
Ainda assim, a temperatura
do planeta aumentaria 1,3°C,
até 2060, em relação ao período pré-industrial.
A conclusão é de pesquisadores dos EUA, que fizeram
um dos mais detalhados levantamentos sobre emissões
de carbono ligadas à geração
de energia e à estrutura de
transportes. O material foi
publicado na revista "Science" de ontem.
O planeta vai esquentar,
mas para os os cientistas ele
ainda não chegou ao patamar de aquecimento e emissões em que as consequências se tornam irreversíveis.
O aumento de 1,3°C em relação ao período anterior à
revolução industrial -cerca
de 0,5°C a mais que hoje- foi
considerado até modesto pelos pesquisadores, que esperavam crescimento de pelo
menos 2°C.
A concentração de carbono na atmosfera, no mesmo
período, deve ficar em 430
ppm (partes por milhão), valor também abaixo do que
era esperado inicialmente
pelos pesquisadores.
"Esse resultado nos surpreendeu", afirmou Steven
Davis, da Instituição Carnegie para a Ciência, que chefiou o trabalho.
PIOR NO FUTURO
Segundo ele, porém, não
há motivos para comemorar.
Os resultados indicam que as
principais ameaças ao planeta ainda estão por vir, devido
ao sistema de geração de
energia e transportes que são
muito dependentes de combustíveis fósseis.
"É importante que nós façamos a coisa certa agora. Ou
seja, construir tecnologias
que gerem energia com baixa
emissão de carbono", disse
Ken Caldeira, também do
Carnegie e autor do trabalho.
Para chegar ao resultado,
os cientistas fizeram um levantamento sobre todas as
usinas geradoras de energia
em operação no mundo. Eles
também estimaram as emissões do sistema global de
transportes, que tem dois terços das operações com combustíveis fósseis.
Modelos computadorizados, que simulavam os cenários de emissão previstos pelo IPCC (painel de mudanças
climáticas da ONU), chegaram às conclusões.
Por conta da forte presença de termelétricas, a maior
parte das emissões se concentra nos EUA, Europa Ocidental e China.
A vida útil média das unidades movidas a carvão é de
40 anos. As usinas chinesas,
por serem mais novas, têm
potencial para poluírem por
mais tempo.
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