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Mosquito com alta imunidade vence
parasita da malária
Resposta imune dos insetos foi estimulada pelos cientistas; eficiência foi de 100%
SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
Imagine erradicar uma
doença transmitida por mosquitos fazendo com que eles
desenvolvam imunidade capaz de destruí-la antes que a
moléstia chegue às pessoas.
Nesse sentido caminham
os estudos de pesquisadores
dos EUA, Índia e do Brasil.
Eles estão analisando a resposta imune do mosquito
Anopheles gambiae ao parasita que causa a malária -o
Plasmodium.
O Anopheles é o principal
mosquito vetor da malária na
África, onde está a maioria
dos cerca de um milhão de
infectados no mundo.
"Os Anopheles apresentam uma resposta imune natural ao Plasmodium, mas alguns parasitas conseguem
completar o ciclo", explica o
biólogo Fábio Brayner, que
fez a pesquisa com Luiz Carlos Alves - ambos do CPqAM
(Centro de Pesquisas Aggeu
Magalhães). O trabalho rendeu um artigo, publicado na
revista "Science".
Os pesquisadores potencializaram a resposta imune
dos mosquitos vetores da
malária por meio de transferência da hemolinfa (equivalente ao sangue) de mosquitos infectados para sadios.
A transfusão foi feita por
micromanipulação. "Conseguimos inocular o volume de
hemolinfa desejado em mosquitos sadios. Depois, esses
receptores foram infectados
pelo Plasmodium", explica
Luiz Alves, do CPqAM.
O resultado foi que, com o
passar do tempo, 100% dos
mosquitos estimulados responderam eficientemente.
Mas ainda é cedo para se
falar em erradicação da malária. "São necessários estudos moleculares para identificar os elementos envolvidos na destruição do Plasmodium", finaliza Brayner.
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