|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TECNOLOGIA
Químicos dos EUA transformam microcristal de silício em transistor
Nanofio acelera supercomputação
KENNETH CHANG
DO "THE NEW YORK TIMES"
Na corrida para fazer chips de
computador cada vez menores e
mais rápidos, cientistas da Universidade Harvard, nos EUA,
produziram bastões minúsculos
de silício e outros semicondutores
e em seguida fatiaram-nos para
formar circuitos que realizam
operações lógicas básicas.
Comparados a outras técnicas
concorrentes, os bastonetes semicondutores, ou nanofios, são mais
fáceis de fazer e manipular. Podem ser também mais fáceis de
miniaturizar até o tamanho necessário para chips super-rápidos. "Eles têm um monte de vantagens, porque podemos controlar suas propriedades muito
bem", disse Charles Lieber, professor de química em Harvard
que conduziu a pesquisa.
Lieber afirmou que os nanofios
poderiam, também, ser "sensores
inacreditavelmente bons" para
proteínas, DNA e outras moléculas biológicas. Entre outras coisas,
isso poderia ajudar no desenvolvimento de aparelhos que detectem patógenos como o antraz.
As descobertas foram relatadas
na última edição da revista científica norte-americana "Science"
(www.sciencemag.org).
O limite do aperto
Durante muitas décadas, a tecnologia para esculpir circuitos no
silício tem sido aprimorada para
acomodar mais transistores nos
chips. Em 10 ou 15 anos, espera-se
atingir limites físicos que interrompam esse progresso.
Cientistas em muitas empresas
e universidades têm explorado
possíveis sucessores para o silício,
incluindo moléculas desenhadas
sob encomenda e cilindros de carbono chamados nanotubos.
Lieber e seus colegas continuam
mexendo com o silício. Mas, em
vez de esculpi-lo, eles o construíram a partir de átomos individuais. Usando uma gota de solvente saturada com silício ou outro semicondutor, como o nitreto
de gálio, eles produzem cristais cilíndricos perfeitos, com menos de
um milionésimo de polegada de
diâmetro e milésimos de polegada de comprimento.
Quando a solução contendo os
nanofios é despejada sobre uma
pastilha de óxido de silício, um
produto químico na pastilha direciona os fios para o lugar certo.
Cada ponto em que um nanofio
se cruza com outro age como um
transistor, não muito diferente
das dezenas de milhões de transistores num chip comum -apenas muito menores.
Transistores são, essencialmente, chaves acionadas eletricamente, que permitem a passagem da
corrente de elétrons ou não. Esse
abre-e-fecha define os "zeros" e
"uns" da linguagem binária da
computação.
Os pesquisadores mostraram
que transistores de nanofios podem ser conectados para executar
todas as operações lógicas básicas
necessárias ao funcionamento de
um computador. Para construir
circuitos densos, os cientistas
aproximariam os nanofios. "Voilà", disse Lieber. "Você tem 1 bilhão de transistores."
Chips comerciais que usem nanofios estão provavelmente a
uma década de surgir. Lieber disse que em um ano ou dois os transistores poderiam ser usados como sensores biológicos, adicionando a eles sítios para moléculas
específicas -uma proteína do
antraz, por exemplo. Uma vez que
o DNA e as proteínas possuem
carga elétrica, eles acionariam os
transistores, disparando o alerta.
Texto Anterior: Psicologia: Experiência da prisão é show na BBC Próximo Texto: Panorâmica - Arqueologia: Indianos acham estátuas antigas de imperador Índice
|