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CIÊNCIA
Esqueleto de ancestral humano da África do Sul é 300 mil anos mais antigo que "Lucy", encontrada em 1974
Achada ossada mais antiga de hominídeo
partes do esqueleto de ancestral
humano
da Reportagem Local
O esqueleto mais antigo de um
ancestral humano, com cerca de
3,5 milhões de anos, foi descoberto
em Sterkfontein, na África do Sul,
segundo estudo publicado ontem
na revista "South African Journal
of Science".
O achado é um Australopithecus,
um gênero de ancestral do homem
com características próximas às
dos macacos. Com 1,22 m de altura, ele é considerado um dos "elos
perdidos" entre os dois primatas.
"Estamos chegando perto do
ponto em que o homem e o macaco seguiram caminhos diferentes,
talvez há 5 milhões ou 7 milhões de
anos", disse à agência de notícias
"Reuters" o paleoantropólogo sul-africano Phillip Tobias, da Universidade de Witwatersrand.
A espécie de Australopithecus a
que o fóssil pertence e seu sexo ainda não foram definidos, segundo
Tobias.
Foram encontrados os ossos dos
pés, crânio, maxilares inferior e superior, braço e perna. A maior parte deles ainda está incrustada em
pedras. Calcula-se que a retirada
dos ossos deva levar um ano.
O esqueleto mais antigo encontrado antes era o de "Lucy", uma
fêmea de Australopithecus afarensis com 3,2 milhões de anos, encontrada na região de Afar, na
Etiópia, em 1974.
"Lucy tinha apenas 40% do esqueleto completo. Pelo que foi divulgado, esse encontrado por Tobias deve ter bem mais", diz Walter Neves, do Instituto de Biociência da Universidade de São Paulo.
Segundo Neves, o fóssil anunciado ontem tem grande importância
pela localização e pelo estado de
conservação em que se encontra.
"Um dos dramas da paleoantropologia (ciência que estuda as origens do homem) é não encontrar
os ossos que pertencem a cada espécime, principalmente o crânio."
"Um esqueleto quase completo
como esse pode ajudar a conhecer
melhor como essa espécie se comportava e quais eram seus hábitos
alimentares", disse Neves.
Já foram encontrados na África
fragmentos mais antigos de ancestrais humanos, como o Australopithecus anamensis (4,07 milhões
a 4,12 milhões de anos) e o Ardipithecus ramidus (4,4 milhões de
anos).
Do Australopithecus anamensis
foram achados
no Quênia, em
1995, fragmentos de crânio,
braço e mandíbula. Do Ardipithecus ramidus foram
achados na
Etiópia, em
1994, fragmentos de crânio e
membros de 17
indivíduos.
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