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Carta relata morte de explorador em 1912
Instituto divulga mensagem escrita por Robert Falcon Scott, o segundo homem a atingir o pólo Sul
DA ASSOCIATED PRESS
O texto integral da última
carta escrita pelo explorador
Robert Falcon Scott, morto em
1912 durante a corrida para
chegar ao Pólo Sul foi divulgado
pela primeira vez ontem. Sabendo que estava prestes a
morrer na viagem de volta, ele
escreveu para sua mulher, Kathleen Scott, um relato iniciado
pelo vocativo: "À minha viúva".
Scott disse encarar o fim de
seus dias sem arrependimento.
"Ele foi melhor do que o ócio no
conforto de casa", escreveu, no
documento resgatado um ano
depois de ele e sua equipe morrerem de frio e fome.
A coragem de Scott em enfrentar seu destino -mesmo
seguida do desapontamento
por ter perdido a corrida ao pólo Sul- lhe deu o título de herói
nacional. A disputa foi vencida
pelo norueguês Roald Amundsen, que chegou ao pólo em 21
de dezembro de 1911, quatro semanas antes do britânico.
A última carta do explorador
havia sido publicada apenas em
parte. O documento original
será exibido a partir de 17 de janeiro no Instituto Scott de Pesquisa Polar, em Cambridge.
A coleção de cartas particulares de Scott foi recentemente
doada ao instituto por Philippa,
viúva do único filho de Scott,
Peter, morto em 1989.
Ele foi mencionado no trágico documento. "Se você conseguir, faça o garoto se interessar
por história natural", disse
Scott a Kathleen. "É melhor do
que os jogos". Peter seguiu carreira em ornitologia mais tarde.
Kathleen Scott estava viajando à Nova Zelândia à espera do
retorno do marido quando recebeu a notícia de sua morte.
"Meu Deus! Esse lugar é horrível, e terrível o suficiente para
nós, que trabalhamos para chegar aqui sem ter a recompensa
da primazia", escreveu Scott.
Entre os trechos mais emotivos da carta estão as referências às dificuldades enfrentadas e declarações de amor:
"Querida, é difícil escrever por
causa do frio -70 graus abaixo
de zero e nada além do abrigo
da nossa barraca- você sabe
que eu a amei, você sabe que
meus pensamentos estiveram
em você constantemente e, oh
querida, você deve saber que o
pior aspecto desta situação é
pensar que eu não deverei mais
vê-la. (...) O inevitável deve ser
encarado."
Leia a carta inteira
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