|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Remédio para proteger bebês cria resistência em mães, diz estudo
LAWRENCE ALTMAN
DO "NEW YORK TIMES"
O uso bem-sucedido de remédios combinados para deter a
transmissão da Aids a bebês pode
ter conseqüências perturbadoras
para as mães: o surgimento da resistência a drogas contra o HIV
recomendadas para combater a
própria infecção delas.
Os achados, relatados na 11ª
Conferência sobre Retrovírus e
Infecções Oportunistas, em San
Francisco (EUA), envolvem estudos na Tailândia e na África do
Sul sobre o uso do AZT e da nevirapina para tentar impedir que recém-nascidos adquiram Aids.
O estudo feito na Tailândia
mostrou que uma terapia combinada de nevirapina e AZT reduzia
o risco de transmissão de mãe para filho para cerca de 2%, comparável ao que afeta mulheres tratadas contra outras infecções crônicas durante a gravidez. O sucesso
"nos coloca mais perto de erradicar a Aids pediátrica", afirmou o
tailandês Vallop Thaineua, um
dos autores do estudo.
Mas os dados também mostraram que a resistência à nevirapina
ocorria em cerca de 40% das mulheres infectadas, que tomavam
apenas uma pílula do medicamento durante o parto. Tal resistência pode continuar por longos
períodos, particularmente quando a nevirapina é combinada com
outras drogas para o tratamento
de longo prazo.
Os estudos mostraram que as
mulheres cujo vírus era resistente
a drogas tinham menos chance de
conseguir redução máxima do nível de HIV em seu sangue se sua
terapia incluía nevirapina.
Os achados também levantam
questões sobre a necessidade de
substituir a nevirapina como arma contra a contaminação de recém-nascidos. No entanto, ainda
é cedo demais para isso porque os
achados são preliminares, disseram representantes da Organização Mundial da Saúde.
Texto Anterior: Medicina: Medicação intermitente pode combater HIV Próximo Texto: Recuo glacial Índice
|