São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

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Remédio para proteger bebês cria resistência em mães, diz estudo

LAWRENCE ALTMAN
DO "NEW YORK TIMES"

O uso bem-sucedido de remédios combinados para deter a transmissão da Aids a bebês pode ter conseqüências perturbadoras para as mães: o surgimento da resistência a drogas contra o HIV recomendadas para combater a própria infecção delas.
Os achados, relatados na 11ª Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, em San Francisco (EUA), envolvem estudos na Tailândia e na África do Sul sobre o uso do AZT e da nevirapina para tentar impedir que recém-nascidos adquiram Aids.
O estudo feito na Tailândia mostrou que uma terapia combinada de nevirapina e AZT reduzia o risco de transmissão de mãe para filho para cerca de 2%, comparável ao que afeta mulheres tratadas contra outras infecções crônicas durante a gravidez. O sucesso "nos coloca mais perto de erradicar a Aids pediátrica", afirmou o tailandês Vallop Thaineua, um dos autores do estudo.
Mas os dados também mostraram que a resistência à nevirapina ocorria em cerca de 40% das mulheres infectadas, que tomavam apenas uma pílula do medicamento durante o parto. Tal resistência pode continuar por longos períodos, particularmente quando a nevirapina é combinada com outras drogas para o tratamento de longo prazo.
Os estudos mostraram que as mulheres cujo vírus era resistente a drogas tinham menos chance de conseguir redução máxima do nível de HIV em seu sangue se sua terapia incluía nevirapina.
Os achados também levantam questões sobre a necessidade de substituir a nevirapina como arma contra a contaminação de recém-nascidos. No entanto, ainda é cedo demais para isso porque os achados são preliminares, disseram representantes da Organização Mundial da Saúde.


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