São Paulo, quarta-feira, 11 de abril de 2001

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Retrovírus estão no genoma há milhões de anos

DA REPORTAGEM LOCAL

Retrovírus são vírus cujo material genético está na forma de RNA e não de DNA, como nos demais organismos. O HIV, agente causal da Aids, é um exemplo de retrovírus.
O RNA (ácido ribonucléico) é um parente do DNA (desoxirribonucléico). Em geral, ele é usado na tradução de mensagens genéticas para a fabricação de proteínas.
Os retrovírus têm a capacidade de converter seu RNA em DNA, depois que infectam uma célula. Com isso, tornam-se capazes de se integrar ao genoma de seu hospedeiro.
O genoma humano contém muitas sequências de genes ou fragmentos de retrovírus, cuja ativação tem sido relacionada a uma série de doenças crônicas, como a esclerose múltipla, a artrite auto-imune e o diabetes.
Essas sequências de retrovírus incorporadas ao genoma recebem o nome de Hervs (retrovírus endógeno humano, na sigla em inglês). Mais de 1% do genoma é composto por Hervs e seus fragmentos.
A incorporação dos Hervs aconteceu há milhares ou milhões de anos, quando seus ancestrais virais invadiram as células dos antepassados humanos. Por alguma razão, eles estabeleceram residência permanente no genoma.
Muitos dos pedaços de Hervs no genoma humano encontram-se inativos. Outros continuam capazes de produzir proteínas virais. Outros, ainda, ficam pulando pelo genoma, de um lado para o outro, e podem multiplicar cópias de si mesmos. Essas repetições compõem parte do que se chama de "DNA-lixo".


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