São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006

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Sonda européia começa hoje a entrar em órbita do planeta Vênus

DA REDAÇÃO

Se tudo correr bem, a irmã gêmea da Terra volta a ser alvo da bisbilhotice dos cientistas a partir de hoje. Estava marcado para as 4h17 o início do procedimento que colocará a sonda européia Venus Express em órbita do planeta de mesmo nome.
A nave, que também é praticamente uma irmã gêmea da sonda Mars Express, atualmente circundando o planeta Marte, partiu de Baikonur, no Cazaquistão, em novembro do ano passado. Está na fase final de aproximação de Vênus desde o último dia 4.
A ESA (Agência Espacial Européia) está apostando boa parte de suas fichas na missão, que será a primeira visita a Vênus feita por uma sonda desde que a americana Magellan foi até lá e traçou o primeiro mapa realmente detalhado da geologia venusiana, entre 1990 e 1994.
A Venus Express deve retomar o serviço do ponto mais difícil: explicar por que, apesar das inegáveis semelhanças com o lar da humanidade, Vênus se tornou um inferno tão rematado. A densidade da atmosfera venusiana e a presença predominante do dióxido de carbono, principal gás do efeito estufa, fazem do lugar um pesadelo de temperatura e pressão -o calor da superfície é suficiente para liqüefazer chumbo, por exemplo.
Pistas sobre as razões que levaram o planeta a ficar desse jeito provavelmente estão em sua atmosfera, e é na composição e dinâmica dos gases dela que a Venus Express deve centrar sua atenção. Mas antes disso a nave terá de realizar a delicada manobra de inserção orbital, diminuindo sua velocidade em torno de 15%, para que a gravidade de Vênus a capture sem que ela acabe se esborrachando contra o solo.
Há ainda outros mistérios que devem ocupar a atenção da Venus Express. Os pesquisadores querem entender como funciona o vulcanismo venusiano, aparentemente bastante ativo. Não há explicações convincentes para a enorme duração do seu "dia" -equivalente a mais de 220 dias da Terra- nem para a ausência de um campo magnético gerado pelo próprio planeta. Finalmente, dá para esperar novas e espetaculares imagens, graças às refinadas câmeras da Venus Express.
A missão custou cerca de 220 milhões de euros, segundo a ESA. Seu tempo inicial de duração deverá ser de 500 dias.


Com agências internacionais


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