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Sonda européia começa hoje a
entrar em órbita do planeta Vênus
DA REDAÇÃO
Se tudo correr bem, a irmã gêmea da Terra volta a ser alvo da
bisbilhotice dos cientistas a partir
de hoje. Estava marcado para as
4h17 o início do procedimento
que colocará a sonda européia
Venus Express em órbita do planeta de mesmo nome.
A nave, que também é praticamente uma irmã gêmea da sonda
Mars Express, atualmente circundando o planeta Marte, partiu de
Baikonur, no Cazaquistão, em
novembro do ano passado. Está
na fase final de aproximação de
Vênus desde o último dia 4.
A ESA (Agência Espacial Européia) está apostando boa parte de
suas fichas na missão, que será a
primeira visita a Vênus feita por
uma sonda desde que a americana Magellan foi até lá e traçou o
primeiro mapa realmente detalhado da geologia venusiana, entre 1990 e 1994.
A Venus Express deve retomar
o serviço do ponto mais difícil: explicar por que, apesar das inegáveis semelhanças com o lar da humanidade, Vênus se tornou um
inferno tão rematado. A densidade da atmosfera venusiana e a presença
predominante do dióxido de carbono, principal gás do efeito estufa, fazem do lugar um pesadelo de
temperatura e pressão -o calor
da superfície é suficiente para liqüefazer chumbo, por exemplo.
Pistas sobre as razões que levaram o planeta a ficar desse jeito
provavelmente estão em sua atmosfera, e é na composição e dinâmica dos gases dela que a Venus Express deve centrar sua
atenção. Mas antes disso a nave
terá de realizar a delicada manobra de inserção orbital, diminuindo sua velocidade em torno de
15%, para que a gravidade de Vênus a capture sem que ela acabe se
esborrachando contra o solo.
Há ainda outros mistérios que
devem ocupar a atenção da Venus
Express. Os pesquisadores querem entender como funciona o
vulcanismo venusiano, aparentemente bastante ativo. Não há explicações convincentes para a
enorme duração do seu "dia"
-equivalente a mais de 220 dias
da Terra- nem para a ausência
de um campo magnético gerado
pelo próprio planeta. Finalmente,
dá para esperar novas e espetaculares imagens, graças às refinadas
câmeras da Venus Express.
A missão custou cerca de 220
milhões de euros, segundo a ESA.
Seu tempo inicial de duração deverá ser de 500 dias.
Com agências internacionais
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