São Paulo, Quinta-feira, 11 de Novembro de 1999
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Acidente adiou projeto em 97

da enviada especial

O foguete VLS-1 é um lançador de pequeno porte e tem capacidade para colocar em órbita satélites de até 350 kg. Ele foi desenvolvido pelo Centro Técnico Aeroespacial (CTA), da Aeronáutica, e custou cerca de US$ 7 milhões.
A primeira versão do VLS-1 foi destruída 65 segundos após ter sido lançada da base de Alcântara, em novembro de 97, porque o motor de um dos quatro propulsores apresentou defeito durante o lançamento.
Ele deveria ter colocado em órbita o SCD-2A, satélite desenvolvido pelo Inpe por US$ 5 milhões, que iria coletar dados ambientais
A peça defeituosa é menor do que um maço de cigarro e custou cerca de US$ 65. Ela havia sido projetada pela Aeronáutica e produzida por uma indústria em Lorena (192 km de SP).
Na nova versão do VLS-1, todo o sistema de segurança do motor (onde aconteceu a falha) foi reprojetado. "O sistema de segurança agora é todo eletrônico. Mudamos tudo", afirma o coronel Mozart Louzada Júnior, do CTA.
Pelo menos 90 empresas nacionais participaram da construção da segunda versão do VLS-1. Só três de seus componentes -entre eles o hardware do computador de bordo- foram importados.
Foram gastos US$ 270 milhões ao longo de 19 anos para o Brasil conseguir desenvolver tecnologia que permitisse lançar um satélite nacional por foguete produzido no Brasil.
A previsão inicial era que o primeiro foguete brasileiro colocasse um satélite nacional em órbita em 1990. Mas a falta de recursos financeiros, aliada a um boicote dos países desenvolvidos à venda de componentes para que o Brasil desenvolvesse seu foguete, atrasaram os planos em quase dez anos.
Até hoje, só oito países dispõem de tecnologia para fazer isso: EUA, Rússia, Ucrânia, França, China, Índia, Israel e Japão. (DF)


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