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POLÍTICA CIENTÍFICA
Neste ano, orçamento do MCT é 0,12%
Lula promete mais uma vez elevar os investimentos para 2% do PIB
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva prometeu mais uma vez
criar condições para que os investimentos em ciência e tecnologia
cresçam para 2% do PIB (Produto
Interno Bruto), algo improvável
se a política orçamentária do país
seguir o rumo atual.
Ao reinstalar o Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, em
solenidade no Palácio do Planalto, Lula reafirmou que o Brasil
continuará investindo em pesquisa espacial, apesar do acidente
que matou, no mês passado, 21
pesquisadores e técnicos na base
de Alcântara (MA).
"Temos o compromisso de
prosseguir com nosso programa
espacial", disse Lula. "Vamos testar em Alcântara, se Deus quiser,
ainda no nosso governo, um outro protótipo do VLS-1 [Veículo
Lançador de Satélites]". O acidente em Alcântara ocorreu durante a
preparação do VLS-1.
"Para os próximos anos a meta
é dobrar os investimentos atuais
do setor, tanto os públicos quanto
os privados, até alcançarmos 2%
do PIB", discursou Lula.
Neste ano, o orçamento do Ministério da Ciência e Tecnologia é
de R$ 1,8 bilhão, o que corresponde a 0,12% do PIB. Para 2004, segundo dados do Ministério do
Planejamento, a pasta vai contar
com R$ 2 bilhões, que correspondem a igual percentual do PIB.
Já os investimentos privados em
ciência e tecnologia, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística), atingiram em 2000 R$ 4,3 bilhões, o que
na época correspondia a 0,4% do
PIB. Esse é o último dado disponível dos investimentos privados
para o setor.
Para que a pasta de Ciência e
Tecnologia conte com recursos
do Tesouro equivalentes a 2% do
PIB, serão necessários R$ 34 bilhões. Isso é mais do que o governo gasta com Saúde, pasta que terá R$ 29 bilhões em 2004.
Lula também se comprometeu
a aumentar o número de doutores
formados anualmente no Brasil,
dos atuais 6.000 para 10.000.
O ministro Roberto Amaral
(Ciência e Tecnologia) discursou
antes de Lula. Falou durante 30
minutos e não citou uma única
vez o acidente de Alcântara.
Falta de mulheres
O presidente criticou a formação do conselho, cujos membros
foram indicados por Amaral e nomeados por Lula: "Esse conselho
é um clube do Bolinha. Não foi citado o nome de uma mulher, que
é uma coisa que vamos ter de reparar daqui para frente, a não ser
que alguém prove que não tem
mulher cientista ou que não tem
mulher no governo".
Presidido por Lula, o conselho é
formado por 12 ministros e 12 titulares representantes da comunidade científica e do empresariado. A principal função do conselho é propor a política de ciência e
tecnologia do país. Entre suas
atribuições, há ainda a elaboração
de planos e metas e prioridades
do governo para o setor.
(GABRIELA ATHIAS)
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