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CIÊNCIA
Foi o segundo protótipo do projeto VLS que apresentou falha
Foguete brasileiro sobe, mas é explodido após 200 segundos
RICARDO BONALUME NETO
enviado especial a São José dos Campos
O segundo protótipo do foguete brasileiro VLS (veículo
lançador de satélites) teve de ser
destruído após 200 segundos de
vôo, depois que seu segundo estágio não acendeu conforme
previsto. O lançamento ocorreu
no Centro de Lançamento de
Alcântara, no Maranhão.
Ao contrário do fracasso do
primeiro foguete VLS, em novembro de 97, desta vez os quatro propulsores do primeiro estágio funcionaram.
"Avançamos um pouco", disse Márcio Nogueira Barbosa,
diretor do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
"Esse lamentável episódio serve
como mais um aprendizado."
O programa do foguete VLS-1, produzido pela Aeronáutica,
prevê a construção de quatro
foguetes. O terceiro VLS provavelmente será lançado em 2001,
segundo o diretor do Inpe, levando a bordo um satélite franco-brasileiro cuja construção
começará em maio de 2000.
O foguete carregava o satélite
científico Saci-2 que, segundo o
Inpe, custou R$ 2,04 milhões.
Problemas
O VLS e o Saci são dois projetos até agora com problemas.
O primeiro foguete VLS teve
de ser destruído depois que um
dos quatro motores de seu primeiro estágio não funcionou,
em novembro de 97.
E o Saci-1, apesar de colocado
na órbita certa em outubro, não
tem conseguido se comunicar
com os técnicos do Inpe.
O instituto utiliza hoje três satélites para colher dados meteorológicos e ambientais de 350
plataformas de coleta espalhadas pelo Brasil e países vizinhos
da América do Sul. São os SCD-1 e SCD-2 (Satélite de Coleta de
Dados) e o CBERS-1 (Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres), todos lançados por foguetes estrangeiros.
Missão
A missão prevista para o segundo Saci também era a de
continuar a atividade de coleta
de dados meteorológicos e ambientais e retomar os experimentos do Saci-1, da área de
geofísica espacial.
O objetivo dos experimentos é
entender melhor aspectos de
duas camadas da atmosfera terrestre, essenciais para o conhecimento das comunicações e do
clima, a ionosfera e a magnetosfera.
Os experimentos são conhecidos pelos acrônimos Plasmex
(Estudo de Bolhas de Plasma),
Photoex (Fotômetro de Aeroluminescência), Magnex (Experimentos geomagnéticos) e Orcas
(Observação de Raios Solares
Anômalos).
O Saci-2 tinha 80 kg e a forma
de um prisma retangular com
painel circular de 108 cm de diâmetro. A altura era de 60 cm e a
largura era de 47 cm. Ele foi projetado para realizar uma órbita
ao longo da linha do Equador, a
uma altitude de 750 km.
Dos seis sensores a bordo, cinco foram feitos no Brasil.
O irmão menor, Saci-1, tem 60
kg, e 57 cm de diâmetro por 44
cm de altura e 44 cm de largura.
Também foi projetado para
uma altitude de 750 km.
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