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Instituto prevê temperaturas até
5 graus mais altas na Amazônia
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) prediz um aumento de temperatura de até 5C
nas áreas mais secas da Amazônia, em 50 anos, se a emissão de
gases por queimadas permanecer
nos níveis atuais.
Esse é o pior panorama climático previsto pelo instituto, disse
Carlos Nobre, que participou do
debate "Cenários da Amazônia",
na 52ª Reunião Anual da SBPC.
Ele afirmou que o aumento de
temperatura, que pode chegar a
3C nas áreas úmidas, seria um
desastre. A elevação de temperatura viria acompanhada de redução das chuvas em até 15%, aumentando o risco de incêndio
-inexistente há três décadas.
Os dois fenômenos climáticos
combinados levariam à desertificação de algumas áreas, disse ele.
Nobre disse que o Brasil está entre os dez países que mais poluem
a atmosfera com a emissão de gás
carbônico por causa do desmatamento com queimadas.
O Brasil emite 280 milhões de
toneladas de carbono (sobretudo
CO2, ou gás carbônico) na atmosfera por ano. Desse total, 200 milhões se devem ao desmatamento.
O gás carbônico é o principal causador do efeito estufa (retenção
do calor solar na atmosfera).
O desmatamento da Amazônia
atingiu 16.926 km2 em 99, disse a
secretária de Coordenação da
Amazônia do Ministério do Meio
Ambiente, Mary Allegretti. Foi
melhor que em 98 (17.383 km2).
"Há tendência de queda", disse.
Adalberto Veríssimo, da ONG
Imazon, apresentou estudo segundo o qual as cidades em regiões amazônicas ocupadas de
forma predatória duram por volta
de 23 anos. Depois disso, entram
em colapso total, por falta de uma
política de desenvolvimento sustentável. Ele citou como exemplo
as cidades de Paragominas (PA),
Açailândia (MA) e Humaitá
(AM).
(WILSON SILVEIRA)
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