São Paulo, sábado, 13 de agosto de 2005

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TRANSGÊNICOS

Quatro anos após denúncia de poluição genética, pesquisa não encontra OGMs em variedades tradicionais

Mexicano falha em detectar contaminação em milho

DA ASSOCIATED PRESS

Quatro anos depois da suposta descoberta de contaminação de milho nativo do México por pólen de milho transgênico, um novo estudo falhou em encontrar traços de organismos geneticamente modificados na região que é o berço do cereal. O trabalho, no entanto, enfatiza que suas conclusões só refletem condições recentes -e não o futuro.
O estudo foi publicado neste mês pela revista da Academia Nacional de Ciências dos EUA, a "PNAS". Ele foi realizado nas montanhas do Estado de Oaxaca, a mesma região onde, em 2000, pesquisadores independentes encontraram evidências de contaminação por transgênicos.
Os autores do estudo, liderado por pesquisadores do Ministério do Ambiente do México, disseram não ter achado "evidência de que milho geneticamente modificado tenha invadido plantios locais" em Oaxaca em 2003 e 2004. Foram analisadas 850 plantas em 125 campos de cultivo.
Segundo eles, preocupações sobre efeitos desconhecidos ou indesejáveis do milho alterado "podem ser descontadas no momento, ao menos na área amostrada".
Mas os cientistas acrescentaram que as conclusões não deveriam ser aplicadas a outras regiões do México, nem que a situação atual deve se manter necessariamente estática. "Transgenes no milho mexicano poderiam estar presentes em outras localidades ou em outros anos", disseram.
O novo trabalho é mais um desdobramento da polêmica iniciada pelo estudo de David Quist e Ignacio Chapela, da Universidade da Califórnia em Berkeley, que publicaram na revista "Nature" em 2001 indícios de contaminação gênica em variedades tradicionais de milho plantadas pelos camponeses de Oaxaca. Em 2002, a "Nature" pediu retratação do trabalho por falta de evidências.
"É bom que eles não tenham encontrado contaminação nos lugares de onde tiraram amostras", disse Gustavo Ampugnani, do Greenpeace México. Mas, segundo ele, enquanto o país continuar importando milho transgênico, "as portas para a contaminação continuarão abertas".


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