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FUTURO
Banco no Reino Unido utiliza novo sistema de segurança baseado na leitura
da íris para identificar seus correntistas
Identificação ocular
ISABEL CLEMENTE
enviada especial a Edimburgo
O caixa automático de banco do
futuro identifica o cliente num
piscar de olhos, literalmente. Não
usa senhas, é à prova de fraudes e
já está em testes no Reino Unido.
O banco britânico Nationwide
está testando máquinas de auto-
atendimento que usam a tecnologia de identificação pela íris, que é
a membrana circular colorida dos
olhos.
Para ter acesso à sua conta, o
cliente insere um cartão. Em vez
de digitar uma senha, ele é automaticamente identificado por câmeras especiais que fotografam
seus olhos e comparam a íris com
a que consta do banco de dados.
O usuário não precisa se aproximar mais da tela para o sistema
funcionar, e sua saúde não corre
nenhum tipo de risco, explica
Ronnie Carmichael, gerente de relações públicas da NCR, empresa
especializada em fornecimento de
caixas automáticos, responsável
pelo projeto do Nationwide.
Óculos de grau ou de sol e lentes
de contato não prejudicam a identificação pela íris.
A unidade da empresa em Edimburgo, na Escócia, desenvolveu
toda a pesquisa para as máquinas
com base em tecnologia controlada pela empresa norte-americana
Sensar e desenvolvida pela Iriscan,
de Nova Jersey, nos EUA.
O modelo da Iriscan foi demonstrado em novembro do ano passado em Las Vegas, nos EUA, durante a Comdex, uma das maiores
feiras de informática do mundo.
Segurança do sistema
Segundo a NCR, a identificação
pela íris garante o máximo de segurança nas transações bancárias
via auto-atendimento. O cliente
não fica dependendo de senhas
nem tem como ter seu segredo
descoberto.
A íris de um ser humano possui
características individuais mais
diferenciadas do que a própria impressão digital. Não muda com o
tempo e é composta de mais de
260 características próprias.
Essa tecnologia já é usada no Japão e nos Estados Unidos em prédios de segurança máxima e até
em corridas de cavalos, como sistema de identificação para evitar a
"falsificação" dos animais.
O uso em larga escala dessa tecnologia em serviços financeiros é
uma novidade que, em breve, deverá começar a ser utilizada na Itália, na Noruega e na Turquia, entre outros países pioneiros no serviço.
O novo sistema está sendo usado
por mais de mil clientes da agência
do Nationwide em Swindon, uma
cidade situada a 130 km a oeste de
Londres.
O Nationwide, na verdade, é
uma "building society", uma organização com funções de banco,
cuja principal finalidade é fazer
empréstimos.
Os clientes do Nationwide aprovaram a experiência. Uma pesquisa mostrou que 91% deles escolheriam o reconhecimento da íris, em
vez de senhas, 94% recomendariam o sistema para amigos e parentes e disseram se sentir muito à
vontade com a inovação.
O presidente do Nationwide,
Brian Davis, disse que está sendo
estudada a viabilidade comercial
de estender o serviço para as outras 680 agências no Reino Unido.
A NCR, obviamente, devido à
concorrência, não revela o preço
dessa máquina. A usada hoje pelos
bancos, que todos conhecem, custa, em média, US$ 33 mil.
As novidades em serviços
self-service não param por aí. A
empresa já está levando para o
mercado máquinas nas quais quase tudo pode ser feito, de movimentação bancária a reservas de
teatro.
Difícil de imaginar? Pois a engenhoca existe, ganhou o nome de
"quiosque" e está em testes também no Reino Unido, no Canadá e
nos EUA, segundo a NCR.
Com um único cartão, o cliente
pode operar inúmeras funções,
que vão do já trivial acesso à Internet a operações que exigem mais
segurança, como um depósito em
conta corrente.
Esse mesmo cartão tem funções
de um "smart card" (cartão inteligente), permitindo ao cliente
baixar para um chip o ingresso do
teatro ou do cinema para o qual
fez reservas "on line".
A jornalista Isabel Clemente viajou a Edimburgo a convite do governo britânico
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