São Paulo, terça-feira, 14 de maio de 2002

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Madeireiras do Pará monitoram fauna

DA REDAÇÃO

Um dos buracos científicos do chamado manejo florestal de baixo impacto está começando a ser tapado na Amazônia. Madeireiras certificadas pelo FSC (Conselho de Manejo Florestal) no Pará estão começando a monitorar o impacto da atividade de extração sobre a fauna local, uma informação tão preciosa quanto ignorada pelas empresas.
A idéia é descobrir como e em quanto tempo a fauna de uma dada parcela de floresta se recupera após a derrubada seletiva de madeira. O dado é importante não só para a certificação -para receber o selo, a empresa precisa garantir que a atividade está causando dano mínimo à floresta-, como também para a sustentação do manejo a longo prazo, já que 90% das sementes na floresta tropical são dispersadas por animais.
Técnicos das madeireiras Cikel, Juruá e Emapa (que ainda não recebeu o selo do FSC) receberam um treinamento do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia da Universidade Federal do Pará e do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e estão monitorando populações de mamíferos, aves e insetos. "Os donos de madeireiras não faziam isso antes, alegando falta de know-how. Estamos descomplicando o processo para eles", diz a bióloga Claudia Azevedo-Ramos, do Ipam, que coordena o curso de monitoramento.
Um projeto-piloto realizado no Pará mostrou que composição da fauna é afetada pela extração. "O número de espécies permaneceu o mesmo [na área estudada], mas as espécies mudaram", afirma Azevedo-Ramos. Segundo a bióloga, madeireiras do Amazonas também receberão treinamento.



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