|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Madeireiras do Pará monitoram fauna
DA REDAÇÃO
Um dos buracos científicos do
chamado manejo florestal de baixo impacto está começando a ser tapado na Amazônia. Madeireiras certificadas pelo FSC (Conselho
de Manejo Florestal) no Pará estão começando a monitorar o impacto da atividade de extração sobre a fauna local, uma informação
tão preciosa quanto ignorada pelas empresas.
A idéia é descobrir como e em
quanto tempo a fauna de uma dada parcela de floresta se recupera
após a derrubada seletiva de madeira. O dado é importante não só
para a certificação -para receber
o selo, a empresa precisa garantir
que a atividade está causando dano mínimo à floresta-, como
também para a sustentação do
manejo a longo prazo, já que 90%
das sementes na floresta tropical
são dispersadas por animais.
Técnicos das madeireiras Cikel,
Juruá e Emapa (que ainda não recebeu o selo do FSC) receberam
um treinamento do Núcleo de Altos Estudos da Amazônia da Universidade Federal do Pará e do Ipam (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e estão monitorando populações de mamíferos, aves e insetos. "Os donos de
madeireiras não faziam isso antes, alegando falta de know-how.
Estamos descomplicando o processo para eles", diz a bióloga
Claudia Azevedo-Ramos, do Ipam, que coordena o curso de
monitoramento.
Um projeto-piloto realizado no Pará mostrou que composição da
fauna é afetada pela extração. "O número de espécies permaneceu
o mesmo [na área estudada], mas as espécies mudaram", afirma
Azevedo-Ramos. Segundo a bióloga, madeireiras do Amazonas
também receberão treinamento.
Texto Anterior: Biodiversidade: Projeto vai mapear espécies amazônicas Próximo Texto: Panorâmica - Clima: EUA não voltam a Kyoto antes de 2012, diz governo Índice
|