São Paulo, quarta-feira, 14 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FHC pede atenção para protecionismo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A comissão preparatória para a Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável (Rio +10), que será realizada a partir do dia 26 em Johannesburgo (África do Sul), recebeu as últimas instruções do presidente Fernando Henrique Cardoso: o "excessivo protecionismo" e a "falta de acesso aos mercados" serão contestados e as "incertezas" não dominarão o evento.
Apesar de ter declarado antes que o debate da pobreza não deve sufocar outros temas da cúpula, FHC retomou ontem, em reunião no Itamaraty, a defesa do assunto, considerado um potencial motivo de esvaziamento do encontro.
"Devemos adicionar crescentemente recursos para que possamos combater eficazmente e erradicar a pobreza", disse. Para FHC, questões já resolvidas na Eco-92 não devem ser reabertas.
O presidente tem procurado mostrar que atua como uma espécie de embaixador da reunião de cúpula, pressionando todos os chefes de Estado que encontra por uma participação mais ativa.
A resistência dos EUA aos objetivos da cúpula virou motivo de piada quando Fábio Feldmann, coordenador da delegação brasileira, mencionou a provável ausência do presidente norte-americano, George W. Bush. O presidente Fernando Henrique Cardoso provocou risadas ao dizer que Feldmann poderia se encarregar desse telefonema de pressão.
O ministro Celso Lafer (Relações Exteriores) afirmou que seria demais exigir de FHC que providenciasse também um "superávit de liderança mundial", além de um superávit primário.
FHC enfatizou a "moral alta" do Brasil, garantida pela recente ratificação do Protocolo de Kyoto, pelo cumprimento prévio da meta de usar 10% de energia de fontes renováveis e pela renovação da promessa de criar o Parque Nacional de Tumucumaque.
Localizado no Amapá, com 3,8 milhões de hectares, esse será o maior parque de floresta tropical do mundo. "Convém dizer lá que só numa penada, graças ao apoio da sociedade, o governo do Brasil está criando uma [área do tamanho da] Bélgica, protegida, na floresta amazônica", disse.
(LEILA SUWWAN)


Texto Anterior: Rio +10: ONU prevê 4 bilhões sem água em 2025
Próximo Texto: Panorâmica - Biotecnologia: Análise francesa de DNA revela origem de vinhos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.