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Radiação no planeta é administrável
DA REPORTAGEM LOCAL
Os níveis de incidência de radiação proveniente do Sol e de
outras fontes fora do Sistema Solar são altos em Marte, mas administráveis, mantendo aceso o sonho de enviar futuras missões tripuladas ao planeta vermelho.
A informação foi apresentada
anteontem no JPL (Laboratório
de Propulsão a Jato), da Nasa. A
instituição é a responsável pela
sonda Mars Odyssey, que entrou
em operação no final de 2001.
Os resultados ainda são preliminares, mas mostram que a superfície marciana está muito mais sujeita a radiação do que a Terra. As
duas principais razões são a atmosfera mais rarefeita do planeta
vermelho e a ausência de um forte
campo magnético, que na Terra
desvia boa parte das partículas
emanadas do Sol e das estrelas.
Ainda assim, a vida dos futuros
astronautas em Marte não será
tão complicada, mesmo levando
em conta os equipamentos que
eles usam hoje na ISS (Estação Espacial Internacional), que ainda é
parcialmente protegida pela proximidade com a Terra. "O ambiente na superfície do planeta
não é tão duro quanto o do espaço
interplanetário. A atmosfera deve
ser suficiente para parar a maioria
das partículas vindas do Sol", diz
Cary Zeitlin, cientista do Berkeley
Lab que trabalha com o medidor
de radiação da Odyssey.
"Para pôr as coisas em perspectiva, os riscos de que estamos falando são adicionar uns poucos
porcento à probabilidade geral
que uma pessoa tem de ter câncer
durante o curso de sua vida inteira. Astronautas que vão para a
Lua ou Marte por longos períodos
de tempo certamente enfrentarão
perigos mais imediatos."
E por falar em imediato, vale
lembrar que a Nasa não tem planos para mandar homens a Marte, pelo menos por agora.
Os resultados são má notícia para quem busca vida microbiana
em Marte -mas, de novo, nada
que vá frustrar alguém. "Acho
que outros fatores ambientais pesam muito mais contra vida na
superfície, como o frio extremo e
as condições secas", diz Zeitlin.
"Entretanto, sob a superfície, parece haver um bocado de gelo, e
haveria proteção contra a radiação. Não se pode descartar a
chance de vida no subsolo."
(SN)
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