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São Paulo, sábado, 15 de março de 2003

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Radiação no planeta é administrável

DA REPORTAGEM LOCAL

Os níveis de incidência de radiação proveniente do Sol e de outras fontes fora do Sistema Solar são altos em Marte, mas administráveis, mantendo aceso o sonho de enviar futuras missões tripuladas ao planeta vermelho.
A informação foi apresentada anteontem no JPL (Laboratório de Propulsão a Jato), da Nasa. A instituição é a responsável pela sonda Mars Odyssey, que entrou em operação no final de 2001.
Os resultados ainda são preliminares, mas mostram que a superfície marciana está muito mais sujeita a radiação do que a Terra. As duas principais razões são a atmosfera mais rarefeita do planeta vermelho e a ausência de um forte campo magnético, que na Terra desvia boa parte das partículas emanadas do Sol e das estrelas.
Ainda assim, a vida dos futuros astronautas em Marte não será tão complicada, mesmo levando em conta os equipamentos que eles usam hoje na ISS (Estação Espacial Internacional), que ainda é parcialmente protegida pela proximidade com a Terra. "O ambiente na superfície do planeta não é tão duro quanto o do espaço interplanetário. A atmosfera deve ser suficiente para parar a maioria das partículas vindas do Sol", diz Cary Zeitlin, cientista do Berkeley Lab que trabalha com o medidor de radiação da Odyssey.
"Para pôr as coisas em perspectiva, os riscos de que estamos falando são adicionar uns poucos porcento à probabilidade geral que uma pessoa tem de ter câncer durante o curso de sua vida inteira. Astronautas que vão para a Lua ou Marte por longos períodos de tempo certamente enfrentarão perigos mais imediatos."
E por falar em imediato, vale lembrar que a Nasa não tem planos para mandar homens a Marte, pelo menos por agora.
Os resultados são má notícia para quem busca vida microbiana em Marte -mas, de novo, nada que vá frustrar alguém. "Acho que outros fatores ambientais pesam muito mais contra vida na superfície, como o frio extremo e as condições secas", diz Zeitlin. "Entretanto, sob a superfície, parece haver um bocado de gelo, e haveria proteção contra a radiação. Não se pode descartar a chance de vida no subsolo." (SN)


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