São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004
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AMBIENTE Brasil é 4º colocado na lista Anfíbios ameaçados são 32%, diz estudo
CLAUDIO ANGELO EDITOR DE CIÊNCIA Desde o fim da década de 1980, os cientistas se preocupam com o declínio acelerado das populações de anfíbio. Um estudo divulgado ontem mede pela primeira vez o tamanho do problema. O grupo formado por sapos, pererecas e salamandras tem 32% de suas espécies ameaçadas de extinção no mundo todo. Hoje, 1.856 espécies de anfíbio correm perigo de sumir -110 delas no Brasil, a maioria na mata atlântica. A primeira avaliação global do status das populações de anfíbio foi feita por um grupo de mais de 500 cientistas de 60 países, e foi publicada na edição on-line da revista científica americana "Science" (www.sciencexpress.org). A pesquisa mostra que os anfíbios, representados por 5.743 espécies, estão mais ameaçados que as aves (12% das espécies em perigo) e os mamíferos (23%). O grupo é um dos principais termômetros da saúde de ecossistemas florestais. "Eles são mais sensíveis do que outros grupos a estresses causados por desmatamento, poluição e mudança climática", disse à Folha o biólogo Claude Gascon, vice-presidente da Conservação Internacional, organização que coordenou o levantamento. A Colômbia é o país com maior número de espécies ameaçadas (208), seguida pelo México (191), pelo Equador (163) e pelo Brasil. Além dos fatores tradicionais de declínio das espécies, o estudo aponta para "declínios enigmáticos" em algumas populações de sapo e outros anfíbios. Os cientistas não têm certeza do que provoca a morte súbita, mas o culpado mais provável é um fungo. Segundo Gascon, o parasita é possivelmente a "gota d'água" para a aniquilação de populações que já vinham sofrendo por outros motivos, como fragmentação de habitat. "Mas o curioso é que o fungo muitas vezes aparece em áreas protegidas [que, em tese, não sofreram tanto impacto]." A pesquisa também lança dúvidas sobre a estatística oficial de extinção de anfíbios desde 1500. Os dados oficiais até agora falam em 32 espécies riscadas do mapa, mas "há evidências de que a situação esteja piorando porque nove dessas extinções aconteceram desde 1980", escreveram os autores, liderados por Simon Stuart, da CI e da IUCN (União Mundial para a Conservação). Segundo eles, há uma preocupação com o número de espécies possivelmente extintas, mas sobre as quais não há dados: 122. O próximo passo, diz Gascon, é correr atrás delas. Texto Anterior: Diminuição de estômago leva a lesão em nervos Próximo Texto: Saúde: Celular eleva a incidência de tumor benigno Índice |
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