São Paulo, sexta-feira, 15 de outubro de 2004

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SAÚDE

Celular eleva a incidência de tumor benigno

DA ASSOCIATED PRESS

Resultados preliminares de um estudo sueco sugerem que as pessoas que utilizam telefones celulares há pelo menos dez anos podem ter mais chance de desenvolverem um neuroma acústico, tumor benigno que se desenvolve no nervo auditivo. A pesquisa foi conduzida por Anders Ahlbom e Maria Feychting, do Instituto Karolinska, em Estocolmo.
Apesar de experimentos em laboratório terem mostrado que a radiação emitida por celulares pode afetar as células cerebrais, ainda não há evidências reais de perigo à saúde.
O estudo acompanhou 750 suecos que usam celulares, principalmente modelos analógicos, há pelo menos uma década. A seleção dos voluntários foi feita entre pacientes e pessoas sadias.
Os cientistas perceberam que a incidência da doença quase dobrou entre os que usam o telefone há mais tempo. Normalmente, o tumor -que afeta a audição- ocorre em um adulto entre 100 mil. "Quando o lado da cabeça que encosta no aparelho foi levado em consideração, descobrimos que o risco crescera quatro vezes", disseram.
"[Os resultados] são surpreendentes, mais fortes do que esperava", afirmou Ahlbom. "Para ser honesto, não esperava nada. Não sabemos o que causa [a doença]."
Questionários sobre costumes não são considerados métodos fidedignos para determinar a ligação entre comportamento e aparecimento de doenças. Os próprios cientistas sabem que o estudo, financiado pela UE, precisa de confirmação independente. Os resultados foram publicados no periódico científico "International Journal of Epidemiology".
Outros estudos, incluindo um realizado por finlandeses em 2002, sugerem que a radiação eletromagnética emitida pelos celulares pode afetar o tecido cerebral, mas outras pesquisas sugerem justamente o contrário.


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