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"Madeireiro vai salvar a Amazônia", defende presidente do sindicato da área
DA ENVIADA ESPECIAL A ITAITUBA
Se boa parte da culpa do desmatamento é creditada à ação
de madeireiros ilegais, os que
agem na legalidade dizem que a
culpa é do Estado. Ou melhor,
da falta de ação dele.
Para Luiz Carlos Tremonte,
presidente do Sindicato da Indústria Madeireira do Sudoeste
do Pará, o governo tem prejudicado a atividade florestal ao
não liberar planos de manejo.
Isso não ocorreu neste ano
porque se previa que a área de
influência da BR-163 seria a
primeira a ter florestas de aluguel no país -áreas concedidas
para exploração de madeira em
reservas públicas da Amazônia.
Mas os estudos para o plano de
gestão não foram concluídos a
tempo, e o Meio Ambiente liberou a primeira área em Rondônia. O secretário-executivo do
MMA, João Carlos Capobianco, afirmou à Folha que o Pará
só deve ser atendido em 2008.
Tremonte reconhece que
mesmo sem as autorizações de
manejo a madeira continuou
sendo cortada. "Isso jogou os
madeireiros na ilegalidade",
diz. "A gente quer trabalhar
dentro da lei, mas madeireiro
tem família, tem de comer",
afirma. Ele insistiu, no entanto,
em dizer que de um modo geral
todo mundo age na legalidade.
"Tivemos de sair da região para
poder trabalhar."
Tremonte atendeu a reportagem buscando se mostrar defensor da mata. "Todo mundo
culpa a gente, mas madeireiro
não destrói a floresta. Só derrubamos árvores frondosas, já velhas, que não jogam mais oxigênio no ar." E agiu na defensiva
quando questionado sobre
ameaças aos colonos. "A bandidagem no setor existe, mas é
minoria. Assim como não se
pode dizer que todo promotor
é bandido só porque lá em São
Paulo um matou a mulher, não
se pode generalizar e dizer que
madeireiro é bandido."
Segundo ele, o mundo ainda
vai reconhecer que o melhor
para a mata é ter madeireiro
agindo na legalidade. "Escreve
aí o que eu estou falando: o madeireiro vai salvar a Amazônia."
(GG)
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