São Paulo, sexta-feira, 16 de abril de 2004
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PANORÂMICA ASTRONOMIA Nova técnica localiza planeta extra-solar distante e pode revelar outras "Terras" A descoberta de mais um planeta extra-solar foi anunciada por um grupo internacional de cientistas ontem, com um sabor especial. Foi o primeiro resultado positivo de uma nova técnica de detecção que tem potencial para encontrar no futuro até mesmo astros similares à Terra. Com esse, já são 121 os planetas conhecidos girando ao redor de outras estrelas que não o Sol. Todos eles são gigantes gasosos, como Júpiter. O mais novo membro do grupo tem 1,5 massa joviana e orbita em torno da estrela anã vermelha a uma distância de 450 milhões de quilômetros (três vezes o percurso Terra-Sol). Sua identificação foi possível graças à observação de um efeito de "microlente gravitacional", uma das previsões feitas pela teoria da relatividade. O fenômeno ocorre quando uma estrela passa em frente da outra. O astro mais próximo acaba causando uma distorção dos raios de luz vindos do mais distante, por conta de seu campo gravitacional. Se os astrônomos notam uma distorção dupla e seqüencial na luz da estrela ao fundo, é sinal de que dois objetos passaram à frente dela. Foi o que viram Ian Bond, da Universidade de Edimburgo (Reino Unido), e colegas da Polônia e dos EUA. O astro maior era a anã vermelha, localizada a 17 mil anos-luz daqui. O outro, bem mais discreto, um planeta. Segundo os pesquisadores, a técnica tem potencial para localizar até mesmo objetos de pequeno porte, como a Terra. "É uma técnica interessante, principalmente porque permite encontrar planetas distantes da estrela", avalia João Steiner, astrônomo da USP. Os resultados serão publicados em maio na revista especializada "Astrophysical Journal Letters". (SALVADOR NOGUEIRA, DA REPORTAGEM LOCAL) Texto Anterior: Arqueologia: Gruta africana guarda colar de 75 mil anos Próximo Texto: Clima: Parlamento da Rússia pode vetar protocolo Índice |
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