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"Fábricas" de células receberão verba de R$ 6,6 mi do BNDES
Células-tronco adultas vão ser multiplicadas e
distribuídas para outras instituições de pesquisa
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL
Dois centros, um no Paraná e
o outro em Ribeirão Preto (SP),
vão receber R$ 6,6 milhões do
BNDES (Banco Nacional de
Desenvolvimento Econômico e
Social) para se transformar em
"fábricas" de células-tronco
adultas. A ideia é refinar as técnicas de laboratório que permitem cultivar essas células, para
que seja possível distribuí-las
para instituições de pesquisa
biomédica em todo o Brasil.
A Fundação Hemocentro de
Ribeirão Preto, ligada à USP,
deve contar com R$ 3,57 milhões em recursos do BNDES,
enquanto o Centro de Tecnologia Celular da Pontifícia Universidade Católica do Paraná
(PUC-PR) vai receber R$ 3,04
milhões. As duas instituições já
aplicaram tratamentos experimentais com células-tronco em
pequenos grupos de pacientes,
com sucesso considerável contra doenças como diabetes tipo
1, esclerose múltipla e problemas cardiovasculares.
Os pesquisadores vão trabalhar com dois tipos de células-tronco adultas, as mesenquimais (obtidas principalmente
da medula óssea) e as células
progenitoras endoteliais (cuja
fonte mais promissora é o sangue do cordão umbilical).
As primeiras parecem ser capazes de dar origem ao tecido
muscular, ósseo e adiposo (gordura), além de controlar o sistema de defesa do organismo,
enquanto as endoteliais podem
reconstruir vasos sanguíneos, o
que faz delas armas interessantes contra males cardíacos e
circulatórios, como isquemias.
Segundo o BNDES, a ideia é
que ambos os centros "abasteçam" as instituições que fazem
parte da Rede Nacional de Terapia Celular. "Vamos ser capazes de atender os membros da
rede que necessitarem de um
tipo específico de célula", explica Paula Hansen Suss, responsável pelo controle de qualidade do centro da PUC-PR.
"Se for necessário captar as
células de alguém em Salvador
e expandi-las [multiplicá-las]
em laboratório, será viável fazer isso", diz Suss, que é orientanda de doutorado de Paulo
Roberto Brofman, coordenador do centro paranaense.
Para a pesquisadora, o financiamento é mais um passo rumo ao uso clínico disseminado
das células-tronco -caso elas
realmente sejam eficazes. "Para a rede pública de saúde, é um
investimento que vale a pena."
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