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Foguete nacional
ganha selo para
produção em série
Aeronáutica quer repassar a empresas tecnologia
de fabricação do VSB-30, usado em pesquisas
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ DOS
CAMPOS
A Aeronáutica anunciou ontem a certificação do foguete
VSB-30, usado para realizar estudos científicos em ambiente
de microgravidade. Este é o primeiro foguete certificado pelo
país. Agora, a Aeronáutica quer
repassar a tecnologia do veículo a empresas privadas para a
produção em escala comercial.
O vice-diretor de Espaço do
IAE (Instituto de Aeronáutica e
Espaço), que desenvolveu o
veículo, coronel Carlos Antônio Kasemodel, disse que o
DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial,
antigo CTA, órgão vinculado à
Aeronáutica), deve fazer uma
seleção entre as empresas que
se mostrarem interessadas em
produzir o foguete.
Segundo Kasemodel, ainda
não foi definido se a indústria
vai ter de pagar ao governo brasileiro para ter acesso às tecnologias. O mais provável, disse, é
que a empresa selecionada para
produzir o veículo se comprometa a pagar royalties, ou seja,
repassar ao governo uma porcentagem dos lucros obtidos
com a venda do foguete a clientes. Cada unidade do VSB-30
custa cerca de 300 mil.
"[A certificação] é um marco.
Temos agora o reconhecimento, um selo de qualidade, que
permite que o foguete seja comercializado com empresas e
outros países", disse o coronel.
O desenvolvimento do VSB-30 começou em 2001 e é resultado de uma parceria entre o
Brasil e a DLR (Agência Espacial Alemã). O foguete tem capacidade para levar uma carga
útil de 400 kg a até 250 km de
altura. Ele não consegue colocar um objeto em órbita ao redor do planeta, mas leva experimentos a altitudes onde a
gravidade é menos intensa.
Até o momento, de acordo
com Kasemodel, já foram feitos sete lançamentos com o
VSB-30 -dois no Brasil e cinco
na Suécia, os últimos sob encomenda da DLR.
Falha
Em julho de 2007, a carga útil
de um VSB-30 com nove experimentos se perdeu após o lançamento em Alcântara (MA).
De acordo com Kasemodel, os
experimentos não foram recuperados devido a falha na carga
útil e não no foguete.
A cerimônia de certificação
do foguete, em São José dos
Campos (SP), contou com a
presença do ministro da Defesa, Nelson Jobim.
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