|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
EUA podem destruir satélite espião a partir de hoje
Governo promete indenização caso haja erro; analista diz que China usará operação como justificativa para militarizar o espaço
DA REDAÇÃO
Começa hoje e dura cerca de
duas semanas a janela de oportunidade que os Estados Unidos têm para tentar destruir
seu satélite espião inoperante
NROL-21, operação anunciada
na última quinta-feira.
O governo americano afirma
que o uso de um sofisticado sistema de defesa antimísseis balísticos para realizar a missão
-vista por muitos como pura
exibição pública de poderio militar- tem como objetivo apenas evitar que o tanque do satélite caia em área habitada e
contamine pessoas com o combustível tóxico hidrazina. "Se
trata apenas de reduzir o perigo
para as pessoas", diz o assessor
adjunto de segurança nacional
dos EUA, James Jeffrey.
Christina Rocca, embaixadora americana na Conferência
do Desarmamento, afirmou
que se a operação falhar, o satélite entrará na atmosfera terrestre de maneira descontrolada por volta do dia 6 de março.
"Não importa se a iniciativa
falhe ou tenha sucesso, os Estados Unidos estão preparados
para oferecer assistência aos
governos para mitigar as conseqüências do impacto de destroços em seus territórios", disse.
Se tudo der certo (pode haver
três tentativas) pedaços do satélite ficarão em órbita por alguns dias, mas a Nasa descarta
risco para a estação espacial.
O maior perigo da operação,
dizem alguns analistas, é o de
os EUA abrirem precedente para uma militarização do espaço.
O governo americano havia criticado no ano passado um teste
militar da China, que destruiu
um satélite meteorológico desativado. Agora, o argumento
contra os chineses perde força
diplomática. "Os políticos são
terríveis", diz Jeffrey Lewis,
analista da Fundação Nova
América. "Isso vai ser usado pelos chineses para justificar seu
teste de tiro-de-morte."
Com Reuters e "The New York Times"
Texto Anterior: Química: Biólogo derruba mito para medir idade de organismo Próximo Texto: Análise: "Pentágono quer unir o útil ao agradável" Índice
|