São Paulo, Quarta-feira, 17 de Fevereiro de 1999
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Equipe tem nova pista da epidemia de 1918

da Redação

O vírus da gripe espanhola permaneceu durante muitos anos no ambiente e no organismo de homens e de porcos antes de matar entre 20 milhões e 40 milhões de pessoas em 1918 e 1919.
Essa é a conclusão mais recente das pesquisas sobre o vírus da doença, considerada a maior e mais infecciosa pandemia (epidemia generalizada) da história.
Mas, apesar dos avanços já obtidos nessa investigação, a origem do vírus ainda permanece desconhecida para os cientistas.
Liderados por Ann Reid, cientistas do Instituto de Patologia das Forças Armadas dos EUA, em Washington, obtiveram o sequenciamento de um importante gene desse vírus, isto é, a descrição das moléculas que o compõem na mesma ordem (sequência) em que elas se apresentam.
O estudo, do qual participaram também Thomas Fanning, Johan Hultin e Jeffery Taubenberger, foi publicado na edição de ontem da revista norte-americana "Proceedings of the National Academy of Sciences".
A equipe analisou algumas sequências de genes do vírus da doença, isoladas a partir de amostras de tecidos de pulmões de seis vítimas da doença em 1918.
As amostras de duas das vítimas foram colhidas em autópsia e conservadas em uma solução. Eram dois soldados, um de 21 anos, lotado em Fort Jackson, no Estado da Carolina do Sul, e, outro de 30 anos, baseado em Camp Upton, no Estado de Nova York.
As outras amostras foram obtidas com a exumação, em agosto de 1997, de quatro vítimas da doença, numa tumba congelada no Alaska.
Uma outra tentativa de descobrir a origem do vírus não teve resultados positivos. Um grupo de pesquisadores liderados pela geógrafa canadense Kirsty Duncan viajou em outubro de 1997 para a Noruega para colher amostras do microrganismo.
Eles foram explorar um cemitério na cidade de Longyearbyen, ao norte do Círculo Polar Ártico, onde estavam enterrados sete mineiros foram mortos pela doença em 1918. Mas não conseguiram obter amostras do vírus ou de seu material genético. (MT)




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