São Paulo, sexta-feira, 17 de março de 2000


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FÓSSEIS
Estudo revela serpente com patas

MARCELO FERRONI
Editor-assistente de Ciência

Uma equipe internacional de cientistas descreveu um fóssil de uma serpente com patas que, segundo eles, altera a idéia de evolução que se tinha dessa espécie.
O fóssil, ao lado de outros dois de uma espécie semelhante, havia sido descoberto em Ein Yabrud, próximo de Jerusalém, no Oriente Médio, na década de 70.
No entanto, enquanto as outras duas espécies -chamadas Pachyrhachis problematicus- haviam sido descritas, a outra ainda não havia sido analisada por nenhum paleontólogo.
"Na época, não havia métodos para a análise do fóssil", disse o brasileiro Hussam Zaher, do Instituto de Biociências da USP.
Zaher, um dos autores do estudo, publicado hoje na "Science", diz que a análise do fóssil, chamado Haasiophis terrasanctus, foi realizada para contestar estudos anteriores, que indicavam que as espécies eram os "elos perdidos" na história das serpentes.
O fóssil apresenta características de serpentes modernas e patas frontais, o que indica que os fósseis não eram espécies que estavam perdendo as patas para dar origem às serpentes atuais, mas sim que eram animais de espécies que não se encaixavam nesse elo.
"Nosso estudo mostra que tanto o Pachyrhachis quanto o Haasiophis não têm relação com a origem das serpentes", disse à Folha Olivier Rieppel, do Departamento de Geologia do Museu Fields, outro dos autores do estudo.
Os pequenos "braços" da espécie, no entanto, não tinham a função de locomoção, devido ao seu tamanho reduzido. "Sua função podia ser reprodutora", disse Zaher. "A jibóia macho também tem vestígios de patas, que usa para atrair as fêmeas."


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