|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
FÓSSEIS
Estudo revela
serpente
com patas
MARCELO FERRONI
Editor-assistente de Ciência
Uma equipe internacional de
cientistas descreveu um fóssil de
uma serpente com patas que, segundo eles, altera a idéia de evolução que se tinha dessa espécie.
O fóssil, ao lado de outros dois
de uma espécie semelhante, havia
sido descoberto em Ein Yabrud,
próximo de Jerusalém, no Oriente
Médio, na década de 70.
No entanto, enquanto as outras
duas espécies -chamadas
Pachyrhachis problematicus-
haviam sido descritas, a outra ainda não havia sido analisada por
nenhum paleontólogo.
"Na época, não havia métodos
para a análise do fóssil", disse o
brasileiro Hussam Zaher, do Instituto de Biociências da USP.
Zaher, um dos autores do estudo, publicado hoje na "Science",
diz que a análise do fóssil, chamado Haasiophis terrasanctus, foi
realizada para contestar estudos
anteriores, que indicavam que as
espécies eram os "elos perdidos"
na história das serpentes.
O fóssil apresenta características de serpentes modernas e patas
frontais, o que indica que os fósseis não eram espécies que estavam perdendo as patas para dar
origem às serpentes atuais, mas
sim que eram animais de espécies
que não se encaixavam nesse elo.
"Nosso estudo mostra que tanto
o Pachyrhachis quanto o Haasiophis não têm relação com a origem das serpentes", disse à Folha
Olivier Rieppel, do Departamento
de Geologia do Museu Fields, outro dos autores do estudo.
Os pequenos "braços" da espécie, no entanto, não tinham a função de locomoção, devido ao seu
tamanho reduzido. "Sua função
podia ser reprodutora", disse Zaher. "A jibóia macho também tem
vestígios de patas, que usa para
atrair as fêmeas."
Texto Anterior: Identificação de vírus pode evitar doença Próximo Texto: Evolução: Equipe descobre "minifósseis" Índice
|