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EVOLUÇÃO
Primata viveu há 45 milhões de anos
Equipe descobre "minifósseis"
JOHN NOBLE WILFORD
do "The New York Times"
Fósseis de ossos de um animal
diminuto e que pesaria menos
que 28 gramas foram identificados como de espécies que pertenceram à linhagem de primatas
(humanos e macacos) mais antiga
identificada até hoje.
Esse animal teria vivido há 45
milhões de anos em florestas úmidas na região em que hoje está a
China. Ele provavelmente era noturno e solitário e se alimentava
de frutas e insetos.
Se não tomasse cuidado, o animal poderia acabar virando o prato principal do jantar de corujas.
Na verdade, alguns ossos podem
inclusive ter sido regurgitados
por esses animais.
Paleontólogos que anunciaram
anteontem a descoberta afirmaram que esses fósseis de animais,
chamado eosimios, para "macaco
da madrugada", são a melhor evidência até hoje para determinar o
tempo e lugar de um dos mais importantes galhos da evolução. Eosimios aparentam ser uma figura
de transição, de quando os primatas, conhecidos como prosimios, se separaram.
"Temos a primeira evidência
concreta que pode preencher o
espaço entre os primatas mais e
menos evoluídos", disse Daniel
Gebo, paleontólogo na Universidade do Norte de Illinois em DeKalb, que participou do estudo.
Um exame mais preciso nos pequenos ossos do pé e do calcanhar, alguns do tamanho de um
grão de arroz, estabeleceu que os
eosimios são uma espécie extremamente primitiva da linhagem
antropóide, disse Gebo.
O formato dos ossos e a estrutura das juntas mostraram que essa
espécie era capaz de andar nas
mãos e nos pés, da mesma forma
que os macacos.
Os primatas menos evoluídos
não eram quadrúpedes. Eles se
seguravam em árvores e pulavam
de galho em galho. Especialistas
em anatomia podem perceber
que os ossos do calcanhar dos
prosimios são maiores do que os
dos antropóides, permitindo que
seus pulos fossem maiores.
Todos os primatas mais evoluídos são diferentes de outros mamíferos pois têm cérebros, mãos e
pés maiores, além de unhas em
vez de garras e olhos na frente do
crânio.
"Estamos descobrindo uma
parte da evolução de primatas
que antes intrigava os paleontólogos", disse Christopher Beard, curador do Museu de História Natural Carnegie, na Pensilvânia,
que coordenou a expedição.
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