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São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2003

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AMBIENTE

Votação apertada divide integrantes da entidade

Comissão Internacional da Baleia vai criar comitê para preservação

DA REUTERS

A Comissão Internacional da Baleia, reunida em Berlim desde ontem, adotou uma moção de preservação que os grupos ambientalistas estão reivindicando como essencial à proteção de espécies ameaçadas de baleias e golfinhos, mas os países baleeiros dizem que a atitude pode provocar um racha no órgão internacional.
Numa forte divisão da organização, os membros votaram pela criação do comitê de preservação, que poderia fazer recomendações sobre problemas enfrentados por mamíferos marinhos, os cetáceos. A margem da vitória foi apertada, 25 votos a 20.
O Japão, um dos partidários da caça, disse que não iria participar do comitê e estava considerando abandonar a comissão como um todo, após a votação.
A Comissão Internacional da Baleia está dividida entre os membros pró-caça, liderados por Japão e Noruega, com apoio de muitas ilhas do Caribe, que querem reintroduzir a caça comercial, e países como os EUA e muitas nações européias, que favorecem mais restrições. A idéia da criação do comitê partiu do México e tem apoio do Brasil.
O comitê de preservação, que começa a trabalhar em 2004, poderá opinar sobre o problema dos cetáceos que são capturados acidentalmente em redes de pesca, toxinas nos oceanos, mudança climática e uso do sonar, que os ambientalistas dizem ameaçar as baleias. Além disso, pode propor estratégias para o uso não-letal das baleias, em substituição à caça, proibida desde 1986.
"É uma notícia excelente. Há uma crise em nossos oceanos", disse Richard Page, do Greenpeace. "Deve priorizar e fortalecer a agenda de preservação."
Os 50 membros da comissão, que inclui até mesmo nações sem acesso direto ao mar, como Suíça e Mongólia, não fez grandes progressos rumo à preservação de espécies em anos recentes. Seus grandes feitos foram a suspensão da caça comercial em 1986 e o estabelecimento de um santuário antártico, em 1994.
Uma proposta para a criação de um santuário no Atlântico Sul, defendida pelo Brasil, será apresentada pela terceira vez. Para ser criado, o santuário precisa de dois terços dos votos da CIB.


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