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AMBIENTE
Votação apertada divide integrantes da entidade
Comissão Internacional da Baleia vai criar comitê para preservação
DA REUTERS
A Comissão Internacional da
Baleia, reunida em Berlim desde
ontem, adotou uma moção de
preservação que os grupos ambientalistas estão reivindicando
como essencial à proteção de espécies ameaçadas de baleias e golfinhos, mas os países baleeiros dizem que a atitude pode provocar
um racha no órgão internacional.
Numa forte divisão da organização, os membros votaram pela
criação do comitê de preservação,
que poderia fazer recomendações
sobre problemas enfrentados por
mamíferos marinhos, os cetáceos.
A margem da vitória foi apertada,
25 votos a 20.
O Japão, um dos partidários da
caça, disse que não iria participar
do comitê e estava considerando
abandonar a comissão como um
todo, após a votação.
A Comissão Internacional da
Baleia está dividida entre os
membros pró-caça, liderados por
Japão e Noruega, com apoio de
muitas ilhas do Caribe, que querem reintroduzir a caça comercial, e países como os EUA e muitas nações européias, que favorecem mais restrições. A idéia da
criação do comitê partiu do México e tem apoio do Brasil.
O comitê de preservação, que
começa a trabalhar em 2004, poderá opinar sobre o problema dos
cetáceos que são capturados acidentalmente em redes de pesca,
toxinas nos oceanos, mudança
climática e uso do sonar, que os
ambientalistas dizem ameaçar as
baleias. Além disso, pode propor
estratégias para o uso não-letal
das baleias, em substituição à caça, proibida desde 1986.
"É uma notícia excelente. Há
uma crise em nossos oceanos",
disse Richard Page, do Greenpeace. "Deve priorizar e fortalecer a
agenda de preservação."
Os 50 membros da comissão,
que inclui até mesmo nações sem
acesso direto ao mar, como Suíça
e Mongólia, não fez grandes progressos rumo à preservação de espécies em anos recentes. Seus
grandes feitos foram a suspensão
da caça comercial em 1986 e o estabelecimento de um santuário
antártico, em 1994.
Uma proposta para a criação de
um santuário no Atlântico Sul,
defendida pelo Brasil, será apresentada pela terceira vez. Para ser
criado, o santuário precisa de dois
terços dos votos da CIB.
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