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Pesquisa revela truque do antraz
para iludir a defesa do organismo
RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL
Um agente de bioterrorismo
poderá se tornar uma ferramenta
útil em casos de transplante de órgãos, ou em pessoas cujo sistema
de defesa contra infecções se volta
contra o próprio organismo.
Pesquisadores nos Estados Unidos descobriram a estratégia usada pela bactéria causadora do antraz para evitar ser destruída pelo
sistema imunológico (de defesa
contra infecções) do organismo.
O antraz -nome científico Bacillus anthracis- é um dos agentes de guerra biológica mais comuns e temidos. Uma infecção
por esse bacilo causa úlceras na
pele, febre, fadiga e problemas
respiratórios. A incubação leva de
um a seis dias e a morte leva de
dois a três dias.
A equipe de Bali Pulendran, do
Centro de Pesquisa de Vacinas
Emory, de Atlanta, Geórgia, descobriu que a toxina letal produzida pela bactéria afeta um componente importante do sistema de
defesa do corpo, as chamadas células dendríticas.
Essas células são essenciais à defesa, pois agem como "dedos-duros", identificando os micróbios
invasores para que outras células
do sistema os ataquem.
Em vez de destruir a célula dendrítica, a toxina do bacilo age inibindo sua ação, desregulando um
mecanismo de sinalização entre
as células. O resultado é a diminuição da imunidade.
Os pesquisadores de Atlanta especulam que, em estágios mais
avançados da infecção, quando já
há um choque tóxico na vítima, "a
toxina letal pode exercer efeitos
inflamatórios bem diferentes", segundo descreveram em artigo publicado na edição de hoje da revista científica britânica "Nature"
(www.nature.com).
Para eles, a toxina ou um derivativo dela poderá ter valor terapêutico na regulação de problemas
no sistema imune.
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