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São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2003

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Pesquisa revela truque do antraz para iludir a defesa do organismo

RICARDO BONALUME NETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Um agente de bioterrorismo poderá se tornar uma ferramenta útil em casos de transplante de órgãos, ou em pessoas cujo sistema de defesa contra infecções se volta contra o próprio organismo.
Pesquisadores nos Estados Unidos descobriram a estratégia usada pela bactéria causadora do antraz para evitar ser destruída pelo sistema imunológico (de defesa contra infecções) do organismo.
O antraz -nome científico Bacillus anthracis- é um dos agentes de guerra biológica mais comuns e temidos. Uma infecção por esse bacilo causa úlceras na pele, febre, fadiga e problemas respiratórios. A incubação leva de um a seis dias e a morte leva de dois a três dias.
A equipe de Bali Pulendran, do Centro de Pesquisa de Vacinas Emory, de Atlanta, Geórgia, descobriu que a toxina letal produzida pela bactéria afeta um componente importante do sistema de defesa do corpo, as chamadas células dendríticas.
Essas células são essenciais à defesa, pois agem como "dedos-duros", identificando os micróbios invasores para que outras células do sistema os ataquem.
Em vez de destruir a célula dendrítica, a toxina do bacilo age inibindo sua ação, desregulando um mecanismo de sinalização entre as células. O resultado é a diminuição da imunidade.
Os pesquisadores de Atlanta especulam que, em estágios mais avançados da infecção, quando já há um choque tóxico na vítima, "a toxina letal pode exercer efeitos inflamatórios bem diferentes", segundo descreveram em artigo publicado na edição de hoje da revista científica britânica "Nature" (www.nature.com).
Para eles, a toxina ou um derivativo dela poderá ter valor terapêutico na regulação de problemas no sistema imune.


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