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Estudo contradiz historiografia
tradicional sobre fronteiras
do enviado especial
Ao contrário do que dizia a historiografia tradicional, a fronteira
entre as possessões espanholas e
portuguesas no Rio Grande do
Sul era fluida e dinâmica, com
grande contato entre as populações, apesar da história de guerras
entre os dois países ibéricos.
"Para os historiadores pré-acadêmicos, a fronteira era sinal de
conflito", disse Fábio Kuhn, historiador da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Mas os estudos que ele e seus
colegas têm feito com documentos de paróquias -principalmente nas cidades de Rio Grande,
Viamão, Triunfo e Rio Pardo-
mostram que havia uma presença
considerável de espanhóis e hispano-americanos nessa região,
notadamente antes da invasão espanhola de 1763.
"Isso não implica que não tenha
havido conflito", Kuhn faz questão de ressalvar. Durante 15 anos
boa parte do atual Estado esteve
ocupado pelos espanhóis.
E as guerras entre os luso-brasileiros e os jesuítas e índios guaranis das missões contribuíram para criar fortes identidades nas populações dos dois lados da fronteira.
A porosidade das fronteiras
gaúchas na época colonial de certo modo se reflete até hoje.
Entre os principais exemplos,
estão algumas cidades no Uruguai e no Brasil separadas por
apenas uma rua, como a gaúcha
Livramento e a uruguaia Rivera.
(RBN)
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