São Paulo, Sábado, 17 de Julho de 1999
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Estudo contradiz historiografia tradicional sobre fronteiras

do enviado especial

Ao contrário do que dizia a historiografia tradicional, a fronteira entre as possessões espanholas e portuguesas no Rio Grande do Sul era fluida e dinâmica, com grande contato entre as populações, apesar da história de guerras entre os dois países ibéricos.
"Para os historiadores pré-acadêmicos, a fronteira era sinal de conflito", disse Fábio Kuhn, historiador da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul).
Mas os estudos que ele e seus colegas têm feito com documentos de paróquias -principalmente nas cidades de Rio Grande, Viamão, Triunfo e Rio Pardo- mostram que havia uma presença considerável de espanhóis e hispano-americanos nessa região, notadamente antes da invasão espanhola de 1763.
"Isso não implica que não tenha havido conflito", Kuhn faz questão de ressalvar. Durante 15 anos boa parte do atual Estado esteve ocupado pelos espanhóis.
E as guerras entre os luso-brasileiros e os jesuítas e índios guaranis das missões contribuíram para criar fortes identidades nas populações dos dois lados da fronteira.
A porosidade das fronteiras gaúchas na época colonial de certo modo se reflete até hoje.
Entre os principais exemplos, estão algumas cidades no Uruguai e no Brasil separadas por apenas uma rua, como a gaúcha Livramento e a uruguaia Rivera. (RBN)


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