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Gelo marinho ártico é o 2º menor da história
Circunavegar o pólo tornou-se possível pela 1ª vez
GSFC/Nasa
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Mosaico de imagens do satélite Aqua, da Nasa, mostra extensão da banquisa ártica entre julho e setembro de 2008
DA REUTERS
Agora é oficial: o gelo marinho no Ártico atingiu em 2008
sua segunda menor extensão já
registrada: 4,52 milhões de quilômetros quadrados. Embora
seja 9,4% maior que o recorde
de degelo de todos os tempos,
batido em 2007, essa extensão
sinaliza uma forte tendência de
declínio, o que pode significar
um pólo Norte sem gelo no verão num futuro próximo.
A estação de degelo foi considerada encerrada ontem pelo
NSICD (Centro Nacional de
Dados de Gelo e Neve) dos Estados Unidos, que monitora o
estado da banquisa. A partir da
segunda quinzena de setembro,
quando começa o outono no
hemisfério Norte, o gelo marinho começa a se recongelar.
Apesar de afastado o temor
de um novo recorde, a extensão
da banquisa ficou 33% abaixo
da média observada desde
1979, quando começaram as
medições com satélites.
E, neste ano, tornou-se possível pela primeira vez circunavegar o Ártico. Tanto a Passagem Noroeste (entre a Europa
e a Ásia via Canadá) quanto a
Rota Marítima Norte (pela costa siberiana) se abriram.
"Não estamos num mínimo
como o do ano passado, mas estamos abaixo de qualquer coisa
que tivemos no passado", disse
Walt Meier, do NSIDC.
O gelo ártico é um fator de regulação do clima global. A diferença entre o ar frio dos pólos e
o ar quente no Equador põe em
marcha as correntes marinhas
e os ventos. O gelo marinho ajuda a manter o frio no pólo Norte, porque rebate a radiação solar de volta para o espaço.
Quando a banquisa derrete, a
água escura absorve radiação,
aumentando mais o calor.
O degelo de 2008, para
Meier, é de certa forma mais
grave que o de 2007, porque
2008 foi mais frio no norte.
"Em termos de clima no longo prazo, isto não é uma recuperação de forma alguma", ele
disse. "A tendência de longo
prazo é ladeira abaixo, e ela está
ficando mais íngreme."
Os cientistas atribuem o degelo ao aquecimento global.
"Isso é uma indicação de que
não se trata de nenhum ciclo
temporário. É mais uma indicação de que estamos chegando
ao ponto em que teremos o gelo
marinho completamente derretido, nas próximas décadas
ou talvez antes."
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