São Paulo, domingo, 17 de outubro de 2004

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Marketing influencia prescrição, diz especialista

O americano Joseph Dumit é professor de antropologia e estudos sobre ciência, tecnologia e sociedade no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts). É autor do livro "Picturing Personhood: Brain Scans and Biomedical Identity" (Fotografando a Personalidade: Ressonância Cerebral e Identidade Biomédica, Princeton University Press), e agora prepara um novo livro sobre a influência do marketing na saúde pública. "Meu foco como antropólogo é entender a virada no entendimento dos remédios como parte da vida, quando tomar cinco ou mais se torna natural", explica. Leia a entrevista.
As estratégias de marketing das indústrias farmacêuticas influenciam a prescrição de drogas? Sim. Além do estudo conduzido pelo FDA que mostra essa influência, há numerosos outros estudos que sugerem que o marketing dirigido a médicos e pacientes cumpre um papel na condução de prescrições, mesmo quando há evidências contrárias sobre a eficácia e a segurança dos medicamentos. Qual é o alvo principal do marketing farmacêutico: médicos ou pacientes? Nos EUA, as companhias gastam aproximadamente US$ 6,5 milhões para influenciar médicos, US$ 2,6 milhões para influenciar diretamente o público, e US$ 12 milhões em amostras grátis. Eles aplicarão em tudo que acreditarem ser necessário para aumentar o número de prescrições. Isso inclui médicos, pacientes e governo. Um público influenciado tem o poder de forçar os médicos a prescrever esse ou aquele tipo de medicamento? Os médicos admitem isso. Os marqueteiros insistem que acontece. Se os pacientes são ensinados a dizer as coisas certas, é muito difícil para clínicos gerais, não especializados, fazerem qualquer outra coisa a não ser lhes dar a receita.


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