|
Texto Anterior | Índice
Caminho de volta tem trecho tempestuoso
DO ENVIADO ESPECIAL À ANTÁRTIDA
O navio Ary Rongel se despediu no sábado da Estação Antártica Comandante Ferraz e começou a contornar a ilha Rei
George a caminho de Punta
Arenas, Chile. A primeira fase
da Operação Antártica 20 está
chegando ao fim.
Em Punta Arenas desembarcarão cientistas, jornalistas e alguns militares para o embarque de outros. Antes, porém, o
navio deve encarar a célebre e
tempestuosa passagem de Drake, que separa Antártida e
América do Sul unindo os
oceanos Pacífico e Atlântico.
O primeiro europeu a passar
pela região, acidentalmente, foi
o britânico Francis Drake, em
1578. Após atravessar o estreito
de Magalhães e chegar ao Pacífico, Drake foi arremessado por
uma tempestade para sudoeste, chegando perto do cabo
Horn, ponta sul da América.
Aquilo foi só uma amostra do
que os navegantes enfrentariam no futuro. A passagem é
uma das piores regiões do planeta para navegar. Ali o desnível entre os dois oceanos (o Pacífico é mais alto), somado a
choques constantes entre zonas de alta pressão (grosso modo, associadas a bom tempo) e
de baixa (que predominam na
Antártida e trazem mau tempo), produz ondas que atingem
oito metros de altura.
O Ary Rongel chegou ao Drake ontem, e pode ser que tempo não ajude. No mesmo dia, o
navio dinamarquês Anna Boye
encalhou próximo à ilha Rei
George, ao tentar manobrar
com ventos de 80 km/h. Na dúvida, o pessoal a bordo do Ary
Rongel já começou a tomar remédios contra enjôo.
(CA)
Com agências internacionais
Texto Anterior: Antártida: Expedição estuda o refúgio de Shackleton Índice
|