São Paulo, segunda-feira, 17 de dezembro de 2001

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Caminho de volta tem trecho tempestuoso

DO ENVIADO ESPECIAL À ANTÁRTIDA

O navio Ary Rongel se despediu no sábado da Estação Antártica Comandante Ferraz e começou a contornar a ilha Rei George a caminho de Punta Arenas, Chile. A primeira fase da Operação Antártica 20 está chegando ao fim.
Em Punta Arenas desembarcarão cientistas, jornalistas e alguns militares para o embarque de outros. Antes, porém, o navio deve encarar a célebre e tempestuosa passagem de Drake, que separa Antártida e América do Sul unindo os oceanos Pacífico e Atlântico.
O primeiro europeu a passar pela região, acidentalmente, foi o britânico Francis Drake, em 1578. Após atravessar o estreito de Magalhães e chegar ao Pacífico, Drake foi arremessado por uma tempestade para sudoeste, chegando perto do cabo Horn, ponta sul da América.
Aquilo foi só uma amostra do que os navegantes enfrentariam no futuro. A passagem é uma das piores regiões do planeta para navegar. Ali o desnível entre os dois oceanos (o Pacífico é mais alto), somado a choques constantes entre zonas de alta pressão (grosso modo, associadas a bom tempo) e de baixa (que predominam na Antártida e trazem mau tempo), produz ondas que atingem oito metros de altura.
O Ary Rongel chegou ao Drake ontem, e pode ser que tempo não ajude. No mesmo dia, o navio dinamarquês Anna Boye encalhou próximo à ilha Rei George, ao tentar manobrar com ventos de 80 km/h. Na dúvida, o pessoal a bordo do Ary Rongel já começou a tomar remédios contra enjôo. (CA)


Com agências internacionais


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