São Paulo, sexta-feira, 18 de abril de 2008

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Conselho pede que Supremo permita uso de embriões

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Por 38 votos a 1, o CNS (Conselho Nacional de Saúde) decidiu ontem apoiar a realização de pesquisas com células-tronco embrionárias humanas, cuja legalidade está sendo questionada por ação que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal). Composto por representantes de entidades de classes, trabalhadores e usuários do SUS, o CNS é responsável pelo acompanhamento das políticas públicas de saúde.
O único voto contrário às pesquisas foi o da conselheira Zilda Arns, da Pastoral da Criança. Ela levou à reunião a posição da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil), segundo a qual a pesquisa com embriões viola o direito à vida. Arns defende pesquisas com só células adultas.
Embora não tivesse direito a voto, a bioquímica Lenise Garcia, da UnB (Universidade de Brasília), também falou contra as pesquisas com embriões humanos. Segundo ela, a liberação torna os brasileiros vulneráveis a se tornarem "cobaias" para pesquisas. Garcia evocou até o compositor Mozart em sua fala. "Na primeira célula que se forma já está definida a carga genética do indivíduo; o zigoto do Mozart, por exemplo, já tinha o dom para a música", disse, para concluir: "Quando a gente despreza um embrião, a gente não dá oportunidade para ele mostrar quem ele é".
O secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, defendeu o uso de embriões e disse que fica pronto neste ano o Instituto Nacional de Terapia Celular, que vai desenvolver linhagens de células-tronco.
A posição do CNS será levada por seus representantes ao STF, onde o julgamento da ação contra a pesquisa com embriões está interrompido.


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