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Conselho pede que Supremo permita uso de embriões
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Por 38 votos a 1, o CNS (Conselho Nacional de Saúde) decidiu ontem apoiar a realização
de pesquisas com células-tronco embrionárias humanas, cuja
legalidade está sendo questionada por ação que tramita no
STF (Supremo Tribunal Federal). Composto por representantes de entidades de classes,
trabalhadores e usuários do
SUS, o CNS é responsável pelo
acompanhamento das políticas
públicas de saúde.
O único voto contrário às
pesquisas foi o da conselheira
Zilda Arns, da Pastoral da
Criança. Ela levou à reunião a
posição da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do
Brasil), segundo a qual a pesquisa com embriões viola o direito à vida. Arns defende pesquisas com só células adultas.
Embora não tivesse direito a
voto, a bioquímica Lenise Garcia, da UnB (Universidade de
Brasília), também falou contra
as pesquisas com embriões humanos. Segundo ela, a liberação
torna os brasileiros vulneráveis
a se tornarem "cobaias" para
pesquisas. Garcia evocou até o
compositor Mozart em sua fala.
"Na primeira célula que se forma já está definida a carga genética do indivíduo; o zigoto do
Mozart, por exemplo, já tinha o
dom para a música", disse, para
concluir: "Quando a gente despreza um embrião, a gente não
dá oportunidade para ele mostrar quem ele é".
O secretário de Ciência e
Tecnologia do Ministério da
Saúde, Reinaldo Guimarães,
defendeu o uso de embriões e
disse que fica pronto neste ano
o Instituto Nacional de Terapia
Celular, que vai desenvolver linhagens de células-tronco.
A posição do CNS será levada
por seus representantes ao
STF, onde o julgamento da
ação contra a pesquisa com embriões está interrompido.
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