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Japão adia lançamento de sonda em forma de pipa movida a luz
Mau tempo fez com que Ikaros, que deve ir até Vênus, não saísse do chão
DA REPORTAGEM LOCAL
Em função do mau tempo, o
Japão adiou, no final da tarde
de ontem, o lançamento de um
foguete carregando uma sonda
experimental em forma de pipa. Ela é movida por radiação
solar, tecnologia que permite
viajar sem combustível.
Até o fechamento desta edição, o foguete permanecia parado no Centro Espacial de Tanegashima, ilha no sul do país.
O objetivo é que ele, após
partir, chegue a Vênus em seis
meses. Depois, vai seguir para
regiões próximas ao Sol, até
perder contato com a base de
controle na Terra.
O desenvolvimento de Ikaros
(sigla em inglês para "veículo
em forma de pipa interplanetário acelerado por radiação do
Sol") custou US$ 16 milhões
(quase R$ 30 milhões).
Ícaro, na mitologia grega,
tentou voar até o sol com asas
de cera, mas elas derreteram,
ele caiu no mar e morreu -algo
que a Agência de Exploração
Espacial Japonesa (Jaxa) espera que não aconteça.
Antes do lançamento de ontem, ele foi testado várias vezes
na órbita da Terra pela Jaxa. A
sua membrana, repleta de células fotovoltaicas, que geram
eletricidade, mostrou-se eficiente. Ela tem a textura mais
fina que um fio de cabelo.
Tecnologia
Os cientistas conseguem
controlar a direção de Ikaros
mudando o ângulo com que as
partículas de luz solar batem
nos milhares de pequenos espelhos sobre as suas velas.
Essas velas têm 14 metros
nas extremidades (veja à direita). Elas só se abrirão quando
Ikaros já estiver há algumas semanas viajando pelo espaço,
em direção a Vênus.
Se ficar provado que longas
viagens sem combustível são
possíveis, essa tecnologia pode
ser utilizada um dia para permitir a realização de grandes
viagens tripuladas para lugares
distantes, pelo Sistema Solar. A
nave produziria energia de maneira autossuficiente.
Junto com Ikaros, será lançada a sonda Akatsuki ("aurora", em japonês), que pousará
em Vênus -ela, porém, não é
movida a radiação solar.
Lá, vai se juntar à missão Venus Express, da Agência Espacial Europeia, que chegou ao
planeta em abril de 2006.
Planeta-irmão
Vênus desperta o interesse
dos pesquisadores porque
acredita-se que tenha nascido
de maneira parecida com a Terra, além de ser um planeta com
tamanho e massa similares.
Ikaros e Akatsuki podem ajudar a entender como, apesar
disso, Vênus se tornou um planeta com uma atmosfera muito
densa, com nuvens de ácido
sulfúrico e grandes quantidades de gás carbônico.
Com agências internacionais
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