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Inscrição de irmão de Jesus é falsa
DA ASSOCIATED PRESS
Uma inscrição criando um suposto vínculo entre um antigo ossário e o irmão de Jesus, Tiago, é
uma falsificação moderna sem relação com figuras do Novo Testamento, disse ontem a Autoridade
de Antiguidades de Israel.
O ossário, empregado para sepultar ossos humanos em tempos
antigos, havia sido saudado no cenário arqueológico, no final do
ano passado, como uma descoberta extraordinária, que teria
abrigado os ossos de Tiago, o irmão de Jesus de Nazaré.
Outros especialistas disseram
na época que a inscrição, "Tiago,
filho de José, irmão de Jesus", poderia ter sido falsificada, e que a
caixa seria de um outro Tiago,
sem parentesco com Cristo.
No Novo Testamento (Mateus,
capítulo 13, versículo 55), há uma
menção a Tiago como irmão de
Jesus. Mais tarde ele se tornaria líder da Igreja em Jerusalém.
As autoridades israelenses descreveram como "falsificações" a
inscrição de Tiago e um outro
achado arqueológico conhecido
como "inscrição Yoash". "As inscrições, provavelmente gravadas
em dois estágios separados, não
são autênticas", disse a Autoridade em comunicado.
A inscrição de Tiago atravessa a
pátina (fino depósito de resíduos
sobre uma superfície ao longo de
muito tempo) da antiga caixa de
calcário. Segundo especialistas, isso prova que ela não é antiga.
"A inscrição parece nova, escrita em tempos modernos por alguém que tentou reproduzir caracteres antigos", afirma o comunicado. As autoridades israelenses chegaram a suas conclusões
após exames intensivos por vários
comitês de especialistas.
O israelense Oded Golan, proprietário do ossário, desqualificou as conclusões oficiais. "Estou
certo de que o comitê está errado
em suas conclusões", afirmou.
Golan disse ainda acreditar que
seja autêntica a inscrição Yoash,
com a qual também teve conexão.
A Autoridade de Antiguidades
de Israel e a polícia de Jerusalém
iniciaram investigações separadas
sobre os dois itens depois que Golan pôs um deles à venda.
A inscrição Yoash é uma prancha do tamanho de uma caixa de
sapato, do século 9º a.C., gravada
com 15 linhas em hebraico antigo
com instruções para a manutenção do Templo de Jerusalém.
Ao ser apresentada dois anos
atrás, causou furor no mundo arqueológico, com alguns especialistas dizendo que era uma rara
confirmação da narrativa bíblica.
Mas o especialista em linguagem
bíblica Avigdor Horowitz, que integrou um dos comitês investigadores, disse que nenhuma das
passagens estava isenta de erros
linguísticos.
A existência do ossário de Tiago
havia sido revelada em novembro
do ano passado numa entrevista
coletiva da publicação especializada "Biblical Archaeology Review", em Washington. O objeto
chegou a ser avaliado entre US$ 1
milhão e US$ 2 milhões.
O presidente da Autoridade de
Antiguidades de Israel, Shuka
Dorfman, disse que o exame da
inscrição conduziu a uma conclusão unânime e inequívoca.
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