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São Paulo, sábado, 19 de julho de 2003

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Trio faz mapeamento de matéria misteriosa

DA REPORTAGEM LOCAL

Um grupo de pesquisadores do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia) conseguiu o que parece até uma contradição: mapear a distribuição de algo que eles não conseguem nem observar. A matéria escura continua sinistra como sempre, mas agora, ao menos para um aglomerado galáctico distante, já se sabe exatamente como ela está disposta.
Em seu estudo, Jean-Paul Kneib, Richard Ellis e Tommaso Treu usaram imagens do telescópio Hubble para medir os efeitos de distorção da luz no aglomerado CL0024+1654, a 4,5 bilhões de anos-luz daqui. As fontes originais dos raios são objetos ainda mais distantes. A distorção luminosa no meio do caminho permite o cálculo da intensidade do campo gravitacional naquela região e, com isso, a distribuição de matéria -seja ela visível ou não.
O estudo é o mais detalhado já feito no gênero e ajuda a entender a formação de aglomerados de galáxias durante a evolução do Universo, graças ao papel aglutinador da matéria escura. Os pesquisadores também esperam que o estudo ajude a determinar o que é essa matéria misteriosa, cuja existência é postulada a partir da observação de interações gravitacionais pelas quais a matéria bariônica (o material de que são feitas todas as coisas conhecidas) não pode ser responsabilizada.
Os pesquisadores anunciaram seus resultados numa conferência astronômica internacional em andamento na Austrália e confirmaram os planos de usar uma nova câmera do telescópio Hubble para obter medições ainda mais precisas. O estudo deve sair na revista científica "Astrophysical Journal". (SN)


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