São Paulo, segunda-feira, 19 de setembro de 2005

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Área guarda fósseis únicos

REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de ser muito pouco conhecida dos brasileiros, como de resto acontece com todos os principais sítios paleontológicos do país, a bacia de Itaboraí tem registros fundamentais para entender como a América do Sul ganhou a fauna que tem hoje.
Durante o Paleoceno, época à qual pertencem os depósitos mais famosos e importantes da região, a América do Sul era um continente-ilha, com contatos no máximo esporádicos com a Austrália ou a Antártida. Isso incentivou a formação de uma fauna única no planeta. Os mamíferos placentários (cujos filhotes passam por uma gestação mais longa, abrigados pela bolsa uterina conhecida como placenta) viviam lado a lado com os marsupiais.
Os placentários de Itaboraí incluem não apenas os xenartros (como os tatus, tamanduás e preguiças), que são nativos da América do Sul, mas também um estranho grupo de ungulados, ou mamíferos de casco. Entre essas criaturas bizarras estão os litopternos (formas parecidas superficialmente com cavalos, em alguns casos, mas sem nenhum parentesco direto próximo) e os astrapotérios (que possuíam longos focinhos com presas, mas eram estritamente herbívoros).
A bacia do Rio de Janeiro também abriga os primeiros registros dos fororracóides, as chamadas "aves do terror" sul-americanas. Trata-se de um grupo de pássaros bípedes e caçadores que chegaram a alcançar 2,5 m de altura e várias centenas de quilos. Os de Itaboraí ainda não têm 1 m.


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