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Área guarda fósseis únicos
REINALDO JOSÉ LOPES
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar de ser muito pouco conhecida dos brasileiros, como de
resto acontece com todos os principais sítios paleontológicos do
país, a bacia de Itaboraí tem registros fundamentais para entender
como a América do Sul ganhou a
fauna que tem hoje.
Durante o Paleoceno, época à
qual pertencem os depósitos mais
famosos e importantes da região,
a América do Sul era um continente-ilha, com contatos no máximo esporádicos com a Austrália
ou a Antártida. Isso incentivou a
formação de uma fauna única no
planeta. Os mamíferos placentários (cujos filhotes passam por
uma gestação mais longa, abrigados pela bolsa uterina conhecida
como placenta) viviam lado a lado com os marsupiais.
Os placentários de Itaboraí incluem não apenas os xenartros
(como os tatus, tamanduás e preguiças), que são nativos da América do Sul, mas também um estranho grupo de ungulados, ou
mamíferos de casco. Entre essas
criaturas bizarras estão os litopternos (formas parecidas superficialmente com cavalos, em alguns
casos, mas sem nenhum parentesco direto próximo) e os astrapotérios (que possuíam longos
focinhos com presas, mas eram
estritamente herbívoros).
A bacia do Rio de Janeiro também abriga os primeiros registros
dos fororracóides, as chamadas
"aves do terror" sul-americanas.
Trata-se de um grupo de pássaros
bípedes e caçadores que chegaram a alcançar 2,5 m de altura e
várias centenas de quilos. Os de
Itaboraí ainda não têm 1 m.
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